Operação Panorama prende 21 pessoas

A Polícia Federal prendeu ontem 21 pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, que integravam uma quadrilha que falsificava documentos, viabilizava imigrações ilegais, além de realizar contrabando, descaminho e clonagem de cartões de crédito e aparelhos celulares. Entre os detidos está um policial federal preso em Paranaguá. Ele facilitava a obtenção de documentos e a permanência de estrangeiros ilegais no País.

A operação da PF foi desencadeada no Paraná e em Mato Grosso e foi batizada de Operação Panorama, fazendo referência ao hotel localizado em Paranaguá onde os estrangeiros moravam temporariamente até conseguirem o visto de permanência no Brasil. O hotel também era usado como ponto de aliciamento das brasileiras que recebiam R$ 1 mil para se casarem com os estrangeiros.

Nove pessoas foram presas em Foz do Iguaçu, que funcionava como sede da quadrilha. Outros quatro envolvidos foram presos em Curitiba, quatro em Paranaguá, um em Matinhos e um em Cuiabá. A PF informou que foram expedidos 28 mandados de prisão temporária, 19 foram cumpridos e duas pessoas foram presas em flagrante, uma delas por contrabando e descaminho e outra por porte ilegal de armas.

De acordo com o superintendente da PF, Jaber Saadi, a polícia estava investigando o caso há cerca de 10 meses. Saadi disse que, apesar de ainda não estar comprovado, a quadrilha estava envolvida também com tráfico de drogas e armas. Quanto ao envolvimento de um policial federal no esquema, Saadi disse que o fato é lamentável, mas que o policial já está preso e vai responder pelos crimes.

Ainda não se tem idéia da quantidade de dinheiro que a quadrilha movimentava. Agora, a PF vai analisar todo o material apreendido para verificar se existem outras pessoas envolvidas no esquema criminoso e se há ramificações do grupo em outros estados. Saadi disse que vão ser revistos todos os casamentos de estrangeiros com brasileiras feitos nos últimos tempos em Paranaguá para verificar se houve aliciamento de brasileiras. A maior parte dos detidos é estrangeira, da região do Oriente Médio.

Depois que se estabeleciam no País, os estrangeiros começavam a praticar crimes e fraudes como clonagem de cartões de crédito, celulares, placas de veículos e passagens aéreas, sem contar o contrabando e descaminho de eletroeletrônicos do Paraguai. Ao todo, a PF cumpriu 26 mandados de busca e apreensão. Em Curitiba, a operação teve apoio de auditores da Receita Federal. Foram apreendidas mercadorias estrangeiras nas lojas eletrônicas Gemini, Gemini Center e Milenium, todas localizadas no centro de Curitiba. Em Paranaguá, além do Hotel Panorama, foram realizadas buscas na loja Bell Mart. Todo o material apreendido – eletrônicos de alto valor como câmeras digitais e notebooks, drogas, armas e cartões de crédito em branco para clonagem – foi levado para o depósito da Receita em Curitiba. 140 policiais federais participaram da operação. Parte dos detidos está em Foz do Iguaçu e os demais estão na Superintendência da PF em Curitiba.

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