ONG cai no golpe do dólar pintado

Curitiba foi a cidade escolhida por dois africanos para aplicar um golpe que já deve ter feito vítimas em vários países. Trata-se da troca de falsos dólares pintados com tinta preta pelo pagamento de um produto químico que limparia as notas. Apesar do golpe soar absurdo, responsáveis por uma organização não governamental de Curitiba acreditaram na história contada pelos africanos Assane Seidou, 41 anos (natural da República de Benin), e Metogbe Armel Ayihou, 26 (natural da África do Sul), e pagaram R$ 11 mil por uma mala recheada com US$ 1,2 milhão falsos. Os africanos foram presos ontem por policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, mas o dinheiro entregue pela Ong não foi recuperado.

De acordo com o delegado Marcus Vinicíus Michelotto, o golpe começou quando a Ong recebeu um e-mail de um suposto coronel frânces, aposentado, chamado Gerad Zanin. Ele teria oferecido os dólares como doação para a entidade, indicando Assane como seu ?braço direito? no Brasil. Durante a transação com a organização, os vigaristas, que falam frânces e inglês, disseram que ?para não chamar a atenção da entrada ilegal do dinheiro no Brasil e também evitar possíveis assaltos?, as notas dos dólares seriam entregues pintadas de preto.

Representantes da Ong e os africanos se reuniram duas vezes em São Paulo e uma em Brasília para acertar os detalhes da milionária doação. Em um dos encontros, Assane e Metogbe pintaram uma nota e depois a lavaram, mostrando que o dinheiro poderia ser usado normalmente. Entretanto, para receber a doação, a Ong deveria pagar R$ 11 mil pelos custos com o envio dos dólares e outros R$ 32 mil pelo produto que os livraria da tinta preta.

Prisão

Na segunda-feira, representantes da entidade entregaram, em Curitiba, o dinheiro para as despesas com a doação e receberam a mala com os dólares. Depois de fazer a troca, desconfiaram que poderia ser um golpe e avisaram a polícia. Na manhã de ontem, quando os africanos preparavam-se para pegar o restante do dinheiro, referente ao produto químico, foram presos. Assane e Metogbe foram detidos dentro de uma lanchonete, no centro de Curitiba, onde combinaram para entregar o produto químico.

Voltar ao topo