Oito tiros tiram vida de policial militar que reage a assalto

Uma tentativa de assalto tirou a vida do policial militar Rodinei Herreira Witzel, 39 anos, lotado no serviço reservado do Regimento de Polícia Montada (RPMont). Witzel deixou seu veículo Marea parado em frente a um aviário, na Rua Emenésio do Rosário Júnior, Jardim Campo Alto, em Colombo, e quando saía do estabelecimento, no final da tarde de ontem, antes de buscar a filha na escola, foi abordado por cinco indivíduos que lhe deram voz de assalto. Witzel reagiu e baleou Robson Aurélio Pessoa, 20, que foi atingido com um tiro no joelho direito. Em resposta, os bandidos iniciaram uma troca de tiros, que atingiram o policial e causaram oito perfurações no tórax, cabeça e abdômen. Ele morava há duas casas da esquina próximo de onde foi morto, na Rua Tomaz Liss, 210.

Segundo policiais militares que atenderam ao caso, os bandidos tentaram levar Robson ao Hospital Cajuru quando lembraram que lá havia um policial de plantão. Então deixaram o rapaz no Hospital e Maternidade de Pinhais. Porém não contavam que lá também havia policiais, que fizeram campana em frente ao hospital imaginando a ação dos bandidos. Eles fugiram, porém foram pegos em Pinhais, no ferro-velho Pápa Léguas, na Rua João Leopoldo Jacomel, em Pinhais, onde foram capturados: Alessandro Silva Lemes, 18, que confessou ter disparado contra o policial; Rogério da Silva, 24, e Nivaldo Silva de Jesus, 38, tio de Alessandro e irmão de Marcos de Jesus da Silva, 24, foragido. Com exceção de Rogério, que mora no Jardim Guarituba, em Piraquara, todos residem em Pinhais. Com eles foram apreendidos uma espingarda, uma pistola 380 e dois revólveres calibre 38, que disseram ter comprado de um tal "Dedê". Durante o roubo eles utilizavam o Passat amarelo placa ACN-6471 e a moto Titan azul placa AKX-5805, que foram levados ao Instituto de Criminalística e serão periciados.

Flagrante

Todos foram autuados em flagrante pelo delegado José Mário Franco, da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, onde ficarão detidos e responderão por latrocínio (roubo seguido de morte), com pena de 20 a 30 anos de reclusão; formação de quadrilha, porte ilegal de arma, inafiançável. Alessandro, que veio de Maringá há poucos dias, já tem passagem por assalto com cárcere, onde manteve algumas pessoas presas em um banheiro enquanto roubava um consultório odontológico na Rua Barão do Cerro Azul, em Pinhais, no último 9 de agosto. Marcos, tio de Alessandro e que participou da morte de Witzel, também foi autuado pelo mesmo delito. "Aqui temos a fina flor do que não presta", comentou Valdir Bicudo, superintendente da delegacia do Alto Maracanã.

Marea iria "esquentar" outro carro

No ferro-velho foi encontrado um Fiat Marea em mau estado de conservação, que segundo policiais militares que prenderam os bandidos, estava irregular (com sinais identificadores – chassi – adulterado). Segundo comentários na delegacia, o dono do ferro-velho encomendou o roubo de um Marea para a "esquentar" o modelo que tinha parado em sua garagem. Outro fato, avesso à atitude dos bandidos, é que na camiseta de Robson, o assaltante baleado, estava a palavra "Paz", com a fotografia de um amigo seu, que segundo policiais, era traficante e foi morto em tiroteio com outros marginais. Após ser medicado no Hospital de Pinhais ele foi levado à delegacia para autuação em flagrante. Em seguida, foi encaminhado ao Hospital Cajuru, onde permanece com escolta policial.

Revoltados com o fato, dezenas de policiais e viaturas do Projeto Povo, Patrulha Escolar, Ronda Tático Motorizada – Rotam, Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais – Rone, e diversas outras, pertencentes ao Regimento (onde estava lotado o policial) e do 17.º Batalhão (área onde ocorreu o fato) e até a Delegacia de Furtos e Roubos, movimentaram diversas ruas de Colombo e Pinhais em busca dos marginais. Segundo colegas do soldado Witzel, que não quiseram se identificar, o policial era um excelente e respeitado profissional. Ele estava há aproximadamente 17 anos no Regimento, e há algum tempo no serviço reservado. "Ele era interessado e sempre dava o seu melhor, fazia com dedicação", contou um policial. Witzel será velado no capela um do Cemitério Jardim da Saudade, Conjunto Atuba, em Pinhais.

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