Ministério Público denuncia policiais civis por extorsão

Quatro policiais civis envolvidos em extorsão serão denunciados criminalmente pelo Ministério Público. Na semana passada, o esquema foi descoberto pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que prendeu o delegado-titular, Maurílio Alves, o superintendente Adão Osmário de Almeida, e dois investigadores da delegacia de Campo Largo. Além desses, dois advogados foram presos por favorecer a concussão, termo aplicado para extorsão praticada por agentes públicos.

De acordo com o procurador de Justiça Leonir Batisti, as investigações apontam que o delegado seria o chefe da quadrilha, que fazia ameaças e prendia pessoas para posteriormente exigir pagamento ou até mesmo bens em troca da liberação do flagrante. “Consideramos que os policiais constituíram uma verdadeira quadrilha, já que eles trabalhavam no intuito de aplicar a chamada “mordida’”, explica Batisti.

Esquema

Eles levantavam a vida de pessoas já envolvidas em algum ilícito, para então prendê-las e extorqui-las, conforme explicou o procurador. O esquema funcionou entre maio e setembro.

Batisti conta que os envolvidos cobravam, por exemplo, até R$ 150 mil para liberação e anulação do flagrante de um carro e um caminhão carregados com cigarros contrabandeados.

“Verificamos ainda que existia negociação para diversas formas de pagamento, que iam de parcelas até mensalidades, cujos valores giravam em torno de R$ 3 mil”, conta. Na maioria dos casos, a conversa entre as duas partes era feita por intermediação dos advogados.

De acordo com o Gaeco, o delegado permanece preso no Centro de Triagem 1. O superintendente e um investigador estão no Centro de Detenção e Ressocialização de Piraquara. O outro policial denunciado está foragido. Os advogados já foram liberados.