Medo nas ruas do Largo da Ordem

Muita gente continua com medo de caminhar por um dos cartões postais de Curitiba. A falta de segurança e a criminalidade ainda assolam o Largo da Ordem, no Alto São Francisco. O problema é principalmente à noite, quando, segundo a população que freqüenta o local, o policiamento parece bastante reduzido e os crimes, inclusive o de vandalismo, acontecem com mais intensidade.

Na rua que passa ao lado da Igreja do Rosário – Duque de Caxias -, de dia é possível ainda encontrar os vestígios do que aconteceu na noite anterior. Vidros de automóveis estraçalhados estão por todo o meio-fio da quadra. ?Não tem semana que não quebram vidros para roubar os automóveis aqui nessa rua, principalmente à noite. Não tem polícia. Eu mesma, que tenho que limpar as escadarias, tenho medo de ir até o outro lado?, conta Altiva de Lima, que trabalha na região.

No final da tarde, sentado numa das mesas de bar, Guilherme Durães diz que o Largo já foi um bom lugar para o happy hour. Agora, segundo ele, ?a criminalidade é um problema?. ?Eu tenho medo de deixar minha filha passar por aqui sozinha para pegar o ônibus. Tenho medo de assalto, não me sinto seguro aqui à noite?, lamenta Guilherme. Na mesma mesa, o amigo Rodrigo Cordeiro completa que ?à noite o policiamento é muito fraco. É pouco pela situação que já se configura aqui na região?.

Polícia

O tenente-coronel Jorge Costa Filho, comandante do 12.º Batalhão de Polícia Militar, confirma que as principais ocorrências na região são os roubos dos aparelhos de som de automóveis – geralmente objetos de troca por drogas – e o comércio e consumo de entorpecentes, que ainda está atuante no Largo. Segundo os dados da polícia, nas operações realizadas entre fevereiro e abril, 258 locais do Largo da Ordem foram vistoriados; quase 2.500 pessoas foram abordadas; e apenas 11 foram presas; e nove armas brancas, seis gramas de maconha e nove pedras de crack foram apreendidas. No entanto, de acordo com o tenente-coronel, quando os policiais estão fardados e o policiamento é ostensivo, dificilmente é possível ter grandes apreensões, pois os ?que devem? desaparecem.

?Estamos atentos à situação no Largo da Ordem. Nós trabalhamos com dois tipos de atuações: para mostrar para população que a polícia se faz presente, disponibilizamos essas operações de policiamento ostensivo e fardado, para dar a sensação de segurança. Porém, para poder prender e identificar os traficantes que agem na região, disponibilizamos os policiais à paisana?, explica Costa.

Ainda de acordo com o policial, o problema da região não é falta de policiamento. ?É um problema de iluminação na região. Primeiro temos que melhorar a questão da urbanização e dos imóveis abandonados nas proximidades do Largo – que acabam servindo para mocós, onde são depositados os objetos do furto. Só assim que os marginais vão deixar a região?, afirma Costa.

Prefeitura

De acordo o Departamento de Iluminação Pública da Prefeitura de Curitiba, a iluminação não é problema do Largo. Segundo eles, toda a região central da cidade, incluindo o Largo da Ordem, tem iluminação de 400 watts, ?a maior potência que Curitiba tem?. Eles ainda informam que as manutenções são diárias, inclusive com equipes noturnas. Uma das principais ocorrências contra a iluminação é o vandalismo, na região. De cada dez lâmpadas trocadas, quatro são devido a ações de vândalos. Sobre as ações de revitalização, eles informam que muito já foi e ainda está para ser feito.

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