Em risco

Médico é expulso de unidade de saúde e ainda é ameaçado

Ameaça de morte feita a um médico da unidade de saúde Nossa Senhora da Luz, na Cidade Industrial, prejudicou outros pacientes e expôs a insegurança em que trabalham os profissionais. O clínico geral teve de ir embora imediatamente, na sexta-feira, e só deve ser reposto semana que vem.

Os funcionários do posto não foram autorizados a conversar com a imprensa. Alguns usuários contaram que o médico atendeu o paciente com sinais de resfriado. O rapaz ficou irritado porque o médico não prescreveu o medicamento que ele queria e partiu para a ameaça.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o paciente ligou para a Ouvidoria e acusou o médico de “falta de profissionalismo” e que não garantia a segurança dele na unidade. Depois da ligação, deu o prazo até as 13h de sexta-feira para que o clínico geral sumisse de lá.

Transferência

A Secretaria informou que a unidade Nossa Senhora da Luz possui quatro médicos generalistas. Porém, devido à ameaça, o profissional deverá ser transferido a outro local de trabalho. A unidade, segunda-feira, fez cerca de 100 atendimentos. “A Prefeitura de Curitiba e a SMS reforçam que repudiam qualquer ato de violência verbal ou física e prezam pelo bem-estar e segurança de seus servidores”, diz o comunicado.

Problemas não são raros

Este não é o primeiro relato que a Tribuna recebe de profissionais que trabalham em unidades de saúde. Enquanto alguns dizem que já atuaram por anos em bairros considerados “da pesada” e nunca sofreram violência, outros contam coisas de arrepiar os cabelos. Dizem que já tiveram que esconder bandidos da polícia, sob ameaça de serem feridos ou mortos.
Em outro caso, há alguns anos, um médico contou que já atendeu sob a mira de uma arma, de um bandido que queria que seu filho fosse atendido imediatamente.

Fica sem consulta

Um dos pacientes prejudicados foi um motorista, de 60 anos, que procurou a unidade na segunda-feira para uma consulta. Ele não conseguiu ser atendido e foi orientado a procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Não estava numa situação de emergência, não precisava de uma UPA. Apenas queria uma consulta. Que culpa tenho se o médico não compareceu para trabalhar? Então que providenciem outro clínico. Reclamei na Ouvidoria da Secretaria de Saúde”, explicou o motorista.

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