Marginais capturados são donos de extensas fichas criminais

A Polícia Federal está no rastro dos outros envolvidos no seqüestro da família do piloto de aeronaves José Melo Viana, solucionado domingo. Segundo o delegado da PF Fernando Franceschini, hoje, as investigações devem trazer novidades. O trabalho de busca pelos criminosos, que têm ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) está sendo feito em conjunto com a polícia paulista.

O grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), responsável por ter estourado o cativeiro e libertado os reféns no domingo, já levantou a ficha criminal dos detidos. O delegado Riad Braga Farhat relatou que Edimar Alves, 37 anos, o "Fininho", um dos chefes de uma facção do PCC, já tem passagem por roubo e é investigado por homicídio. Sua mulher, que se identificou como Ana Lucia da Paixão, 36, forneceu nome falso e possui tatuagens típicas de presidiária. Elondri Marcelo Santos Boza, 24, o "Cabelo", e Alessandro de Jesus Alves, 19, conhecido como "Colorau", possuem passagem por roubo. Eles podem pegar até 30 anos de prisão, se condenados pelos crimes de roubo, extorsão mediante seqüestro, formação de quadrilha e porte ilegal de armas.

O delegado da PF explicou que os detidos fazem parte da "célula do cativeiro". "Eles eram responsáveis por manter os reféns presos até que fosse cumprida a exigência do mandante do crime", comentou Franceschini. Esta exigência era uma viagem de helicóptero para libertar um dos líderes do PCC, preso em Mirandópolis (SP). Outras "células" da quadrilha eram responsáveis pelo seqüestro da família e pelo resgate de um preso em São Paulo. A polícia espera identificar essas "células" nos próximos dias. os bandidos envolvidos na trama deveriam receber cerca de R$ 1 milhão para conseguir resgatar o líder do PCC.

Seqüestro

Heloísa, mulher do piloto José Melo Viana, 51 anos, a filha caçula do casal, de 11 anos, e Maria de Lurdes, empregada da família, foram mantidas em cativeiro desde a manhã de quinta-feira até a madrugada de domingo. As mulheres e a criança ficaram presas em uma casa da Rua Doutor Simão Kossobudski, no Boqueirão, que havia sido alugada três dias antes pelos bandidos.

Enquanto isso, José Viana, piloto conhecido por sua experiência e ousadia em vôos com helicópteros, era pressionado a conseguir uma aeronave. Viana também é proprietário da empresa Helisul, táxi-aéreo, mas seu helicóptero estava em manutenção e ele teria que locar outra aeronave. Viana é irmão do atual presidente do Partido Verde no Paraná, Antônio Jorge Melo Viana.

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