Colombo

Mais policiais do Alto Maracanã são presos suspeitos de corrupção

A delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, enfrenta nova crise por suspeita de corrupção de agentes. Dois policiais foram presos na segunda-feira (28) à noite, como desdobramento da investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, que levou à prisão, na semana passada, o superintendente Macir José Machado. Eles estariam envolvidos no esquema de cobrança de “mensalidade” de comerciantes da região em troca de proteção aos estabelecimentos.

O coordenador estadual do Gaeco, Leonir Battisti, explicou que os policiais presos participavam da cobrança de “mesada”, pela qual Machado foi preso em flagrante quinta-feira, quando buscava os R$ 300 solicitados anteriormente do comerciante. “Eles pediam dinheiro a pretexto de dar segurança ao patrimônio e às atividades dos comerciantes”, afirmou Battisti. O Gaeco e a Polícia Civil não divulgaram a identidade dos policiais, mas, de acordo com informações extraoficiais, foram presos o chefe de investigação e um investigador da delegacia.

Ainda segundo Battisti, as investigações continuam, mas, por enquanto, não foi decretada a prisão de outras pessoas. O número de comerciantes que foram cobrados ainda não foi fechado. “Temos a informação que foram várias tentativas de abordagem”, destacou.

Antecedentes

Nos últimos cinco anos a delegacia do Alto Maracanã teve dois casos de policiais detidos por corrupção, totalizando 13 prisões. Também foi alvo de intervenção, pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), durante as investigações da morte de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, em junho do no ano passado, quando delegado, dez policiais, além de um guarda municipal e um auxiliar de carceragem, foram para atrás das grades, acusados de torturar quatro suspeitos de matar a menina, para obter a confissão deles. Em março de 2009, dez policiais civis que trabalhavam na unidade, incluído as chefias, foram presos em operação conjunta entre o Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Civil.

Entre presos estavam, dois advogados e um servidor municipal que trabalhava no cartório criminal da cidade.

A investigação da época apurou que os policiais extorquiam traficantes, por R$ 2 mil e R$ 50 mil, para liberar presos ou outros tipos de facilitação. Por causa da falta de policiais, a delegacia ficou fechada por mais de 24 horas.

Em abril de 2011, outros três policiais da delegacia foram acusados de auxiliar o superintendente de Campina Grande do Sul a extorquir um homem preso por receptação. Os três investigadores se apresentaram à corregedoria da corporação para responder às acusações.