Mais acusados de torturar mendigos

Três dos sete guardas municipais com mandado de prisão expedidos na última segunda-feira pelo Ministério Público de Paranaguá continuam foragidos. Os nomes dos acusados de praticar atos de tortura contra moradores de rua são mantidos sob sigilo pela Polícia Civil, mas assim que forem detidos, vão fazer companhia ao secretário municipal de Segurança Álvaro Domingues, e outros quatro guardas.

Ontem, o delegado Valmir Soccio, que iniciou o processo de investigação, afirmou que já havia pedido a transferência dos presos para o Batalhão da Polícia Militar. ?Como eles são da guarda municipal fica complicado deixá-los junto aos outros presos?, explica o delegado, cuja equipe efetuou as prisões.

Segundo ele, o inquérito foi instaurado no dia 10 de maio, a partir de denúncias veiculadas na imprensa, que partiram do padre Adelir Antônio de Carli. ?Os moradores de rua alegaram que foram obrigados a entrar em uma van e que foram largados em Curitiba?, diz o delegado.

O promotor que assumiu as investigações do caso, José Luiz Loreto de Oliveira, comentou que o que levou o MP a ordenar as prisões surgiu após ouvir todos os depoimentos. ?Produziu-se uma prova robusta?, disse o promotor, sem entrar em detalhes. Dependendo do julgamento da ação, se condenados, os guardas podem pegar de dois a oito anos de reclusão, por crime de tortura.

Surpresa

O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, se disse surpreso quanto ao resultado das denúncias de maus-tratos cometidos por integrantes da Guarda Municipal e da prisão do atual secretário. ?Na nossa gestão nunca houve violação dos direitos humanos por parte da Guarda, mas se alguém, em anos anteriores, disseminou esse tipo de atitude condenável, na corporação, deve ser investigado e severamente punido?, completa Baka. Segundo ele, uma das denúncias já havia sido apurada por uma comissão formada por representantes da sociedade e que concluiu que os mendigos pediam para ser levados a Curitiba.

Voltar ao topo