Ladrão de bolsa quase linchado no Pinheirinho

Cansados da violência que assola o Pinheirinho, moradores se revoltaram, agrediram e quase atearam fogo em um rapaz que roubou a bolsa de uma mulher, às 22h de quinta-feira, na Rua Abatiá.

Adriano dos Santos Gouveia, 24 anos, foi salvo com a chegada dos policiais militares do 13.º Batalhão. ?Já tínhamos jogado o álcool, só faltava riscar o fósforo, mas a polícia chegou?, disse um dos moradores que participou da agressão e não quer ser identificado.

Recém-chegada do interior e após mais um dia de trabalho, uma professora retornava para casa, quando foi abordada por Adriano. ?Ele chegou por trás e puxou minha bolsa?, contou a mulher. Na tentativa de salvar seus pertences, ela segurou a bolsa e foi arrastada pelo ladrão, machucando o braço. Apavorada, a mulher começou a gritar, o que chamou a atenção dos vizinhos. ?De repente mais de 15 pessoas estavam em cima do rapaz?, disse ela. Com chutes e socos, os moradores nocautearam Adriano. Em seguida, jogaram álcool no corpo dele, ameaçando queimá-lo.

Violência

Um morador reclamou que logo que os populares detiveram o rapaz, a polícia foi acionada. No entanto, demorou duas horas e meia para chegar no local. ?Aqui está demais. Hoje já assaltaram o açougue. Só não pegamos o ladrão porque ele estava armado. Esses tem que deixar para a Rone. Aqui, se aparecer a gente pega. Já que a polícia não faz, fazemos nós?, falou, indignado, um homem que se identificou apenas como João Carlos. ?O próximo bandido que vier atacar aqui, vai para o Iguaçu?, ameaçou um outro, referindo-se ao rio.

Vício

Gemendo e reclamando de dores pelo corpo, Adriano confessou que assaltou a mulher. ?Eu precisava de R$ 45,00 para viajar para Apucarana e buscar meus documentos. Também devo R$ 70,00 para os traficantes, mas esta dívida minha mãe vai pagar?, contou o acusado. Segundo ele, fugir dos traficantes não adianta. ?Se eu for embora e não pagar, eles pegam minha mãe e meu pai?, assegurou.

Ele disse que é viciado em crack desde os 14 anos e já esteve internado. ?Cheguei a ficar um ano sem usar drogas, mas acabei voltando?, lamentou. Adriano foi encaminhado pela Polícia Militar ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), instalado no 8.º Distrito Policial (Portão).

Voltar ao topo