Justiça manda prender PMs acusados de matar jovem

Foram decretadas as prisões preventivas do cabo Afonso Odair Konkel, 26 anos, e do soldado Nilton Hasse, 33, lotados no serviço reservado do 13.º Batalhão, que participaram da operação policial que ocasionou a morte do estudante Anderson Froese de Oliveira, 18, às 2h15 da madrugada do último dia 2, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, Parolin. Até o final da tarde de ontem, os dois estavam foragidos.

O delegado Sebastião Ramos Santos Neto, da Delegacia de Homicídios, que solicitou a prisão ao juiz da Central de Inquéritos, assim que recebeu a determinação da Justiça encaminhou os mandados para o quartel da Polícia Militar. O tenente Selmer, responsável pelo inquérito policial militar (IPM), disse que os policiais estão prestando serviços administrativos e não compareceram no 13.º Batalhão. Ele solicitou que uma equipe fosse buscá-los em suas residências, mas nem o cabo e nem o soldado foram encontrados. “Até que se apresentem, eles estão foragidos”, salientou o tenente Selmer.

O advogado de defesa dos policiais, Peter Amaro de Souza, contou que está entrando com um pedido de habeas corpus. Ele alega que a competência é da Justiça Militar. “Primeiro vamos aguardar a decisão judicial. Depois eles se apresentam”, prometeu o defensor.

O delegado discorda e acredita que seja crime comum. Ele explicou que os policiais não estavam fardados e o serviço reservado da PM não tem competência para investigar pessoas civis, somente os próprios integrantes da corporação.

Depoimentos

Sebastião revelou que hoje pela manhã será ouvido o oficial que comandou a operação e à tarde os policiais que conduziram Anderson até o Hospital do Trabalhador, onde o garoto morreu após dar entrada. Ele vai continuar ouvindo testemunhas e assim que os policiais forem presos, irá saber o que eles têm a dizer sobre o caso.

Os policiais prestaram depoimento no 13.º Batalhão e alegaram que foram acionados para atender uma tentativa de assalto contra um restaurante na Água Verde. De acordo com o solicitante, havia um rapaz armado rondando o estabelecimento. De posse das características, eles efetuaram buscas na região. Longe dali, na Marechal Floriano, eles localizaram dois garotos. Segundo um dos meninos e mais quatro amigos, que presenciaram a ação, os dois estavam pichando o muro de uma empresa de ônibus, quando foram abordados. Eles acusam os policiais de “plantarem” uma pistola e um revólver para incriminar os garotos.

Os exames realizados no Instituto Médico Legal desmentem a versão dos acusados. A necropsia mostra que o tiro foi encostado, à queima-roupa, e o de resíduos de pólvora aponta que o jovem não atirou antes de ser morto.

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