Justiça lenta livrar suspeito de latrocínio da cadeia

A lentidão da Justiça paranaense permitiu que um acusado de latrocínio (roubo com morte), que vitimou duas pessoas, ganhasse a liberdade por excesso de prazo.

Lindomar Narciso, 20 anos, foi preso em flagrante, em 16 de fevereiro do ano passado, apontado como um dos assassinos do pai de santo Lorinaldo Nunes dos Santos, 36, conhecido por “Pai Nunes”, e do amigo dele, identificado como “Pepa”.

Ambos foram mortos a golpe de faca, depois de uma noitada de orgia com dois garotos de programa contratados por eles, na Praça Tiradentes. Um era Lindomar e o outro, “Marquinhos”, não foi preso.

Ele já deveria ter sido julgado pelo latrocínio, mas a falta de laudos periciais e de outros documentos no processo retardou o procedimento, obrigando a juíza Flávia da Costa Viana, da 1.ª Vara Criminal, expedir o alvará de soltura na semana passada, por excesso de prazo.

O Ministério Público pediu à juíza que Lindomar seja levado a júri popular. A defesa, a cargo de Matheus de Almeida, teve habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Contra-acusação

O acusado nega a autoria e diz que dormiu no sofá da sala da vítima, que residia na Rua Carlos Dietzsch, no Portão, depois da bebedeira. Assegura que ao acordar os dois homens já estavam mortos e atribui os assassinatos ao outro rapaz. No entanto, foi preso em flagrante e com a arma do crime, bêbado e com a roupa suja de sangue.