Condenado a 21 anos

Júri não alivia para acusado de matar Louise Maeda

O julgamento de Elvis de Souza, 22 anos, acusado de participar do assassinato de Louise Sayuri Maeda, em maio de 2011, começou às 13h de ontem no Tribunal do Júri e terminou por volta das 22h, com a condenação do réu a 21 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, impossibilidade de defesa e dissimulação) e ocultação de cadáver.

Perante o juiz Leonardo Becharas, Elvis negou ter atirado em Louise. Afirmou que os dois tiros foram disparados por sua ex-namorada, Márcia Nascimento, que foi condenada a 19 anos de prisão, em 2013. O réu alegou ter sofrido “tortura psicológica” para confessar. Entretanto, os promotores enfraqueceram a afirmação apontando os registros de que as confissões tinham sido acompanhadas pelos advogados dele. Mesmo assim, Elvis disse apenas que participou da ocultação do cadáver, depois de ser coagido por Márcia com o revólver 38.

Dor

Para a mãe de Louise, Deise Maeda, este julgamento a aproxima um pouco mais do fim de um ciclo. “Desde a morte da minha filha eu não consigo ter paz. Trabalhava em hospital, cuidando das pessoas, neste período, eu é que passei a receber cuidados médicos. Faço terapia para poder superar a perda”, resumiu a mãe. Após o veredito do juiz, Deise disse se sentir com a alma lavada. “Foi quase a pena máxima, ele vai ter muito tempo para pensar no que fez”. Para ela, a justiça só será completa com o júri de Fabiana.

Depois de ouvir o depoimento do pai de Elvis, ela disse que se compadecia dele. “Imagino como ele se sente e compreendo a tristeza. Mas o filho dele está vivo, a minha menina, eu não verei mais”, desabafou Deise. Segundo ela, um dia depois do crime, Louise entraria em férias e deixaria o emprego, onde era supervisora de Márcia e Fabiana de Oliveira, a terceira envolvida no assassinato. “Ela queria se dedicar à faculdade e pretendia ir morar no Japão”, contou.

Armadilha

Louise desapareceu em 31 de maio de 2011, depois de deixar a iogurteria em que trabalhava em um shopping da capital, com os três acusados. O corpo dela foi encontrado 17 dias depois, em uma cava no Campo do Santana. Algumas horas após o cadáver ter sido encontrado, Márcia e Fabiana foram presas. Cinco dias depois, a polícia conseguiu capturar Elvis. Márcia foi apontada como mandante do crime e alegou ter matado Louise, porque ela havia delatado os desvios do caixa da iogurteria.