Instituto de Criminalística e UFPR estudam novo método

Um método capaz de precisar, com até 95% de certeza, o tempo de morte de uma pessoa pode ser usado pelo Instituto de Criminalística, como forma de auxiliar nas investigações da polícia. A técnica é conhecida como entomologia forense, e consiste em analisar insetos e larvas que se instalam nos cadáveres em decomposição. Em laboratório é determinado os dias, meses ou até mesmo anos da morte.

De acordo com o perito criminal Inajar Antônio Kurowski, especialista em entomologia forense, após 48 horas da morte, o corpo começa a se decompor e exala um cheiro forte que atrai insetos. Nos primeiros dias as moscas são atraídas, depois, quando a decomposição está mais avançada, é possível encontrar besouros sobre cadáver. Kurowski explica que os ovos das moscas evoluem para larvas e depois para pupas, uma espécie de casulo que permanece até que ele seja quebrado pelo novo inseto que nasce.

Parceria

Uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná e o Instituto de Criminalística de Curitiba está em andamento e deve se tornar oficial até dezembro. O professor Maurício Moura é o responsável pelo setor de entomologia e coordenador do projeto, que será realizado com alunos de mestrado e doutorado. “Depois que a parceria se concretizar, todas as vezes que os peritos encontrarem insetos nos cadáveres, amostras deverão ser recolhidas para análise e teremos um laudo que poderá ser anexado aos inquéritos policiais e auxiliar nas investigações”, explicou Moura.

Em uma investigação criminal a técnica da entomologia forense pode ser decisiva e mudar o rumo de um processo. “A precisão de tempo de morte que ela dá pode determinar o álibi de um acusado, por exemplo”, afirma Kurowski.