Insegurança leva pânico ao Uberaba

Com um policiamento deficiente no bairro Uberaba, moradores e comerciantes decidiram investir em equipamentos de segurança, cães de guarda, vigilantes e outros artifícios para manter a criminalidade do lado de fora da porta.

Andando pela Rua Senador Salgado Filho, a principal do bairro, desde a BR-116, até a Avenida Comendador Franco, é raro encontrar casa ou comércio que não esteja protegido por empresas de segurança particular. Mesmo assim, moradores acham que estão sujeitos a assaltos como os que têm acontecido ultimamente.

O fato de o Uberaba possuir apenas uma viatura para atender seus 75 mil habitantes preocupa os comerciantes, principalmente com a chegada do fim de ano. É sabido que nesta época há mais dinheiro circulando no comércio. Conseqüentemente, os bandidos também saem à caça de suas vítimas.

Segundo relato de comerciantes, o Uberaba tem apenas uma viatura com dois policiais, isso quando o veículo não está quebrado. Eles reclamam que, quando acontece algo no bairro e a viatura local não pode atender, só há policiais e viaturas disponíveis no Boqueirão ou Jardim das Américas. Todos garantiram que polícia no bairro é coisa rara. Apenas uma pessoa, o segurança de um mercado, revelou que até fevereiro deste ano, um pelotão de motos sempre circulava no Uberaba. Mas depois disso, as motos e policiais sumiram.

A insegurança é tanta que obrigou à maioria dos comerciantes a trabalhar debaixo de câmeras de segurança, alarmes monitorados, vigilantes nas portas e, em alguns casos mais drásticos, até de portas fechadas, através de interfones. ?O investimento em segurança não é muito barato. Está difícil em todo lugar?, relatou o segurança.

Ameaças

Além de ter que tirar dinheiro do bolso para investir em segurança privada, comerciantes ainda têm que agüentar ameaças. Nem mesmo policiais escapam de ser ameaçados pelos marginais.

Um dono de farmácia conta que, há um tempo, marginais assaltaram o seu e outros estabelecimentos próximos e foram presos. Passados alguns meses, chegou o momento de os detidos irem a julgamento. Antes que isso acontecesse, familiares de alguns deles (até mesmo uma avó) estiveram nos estabelecimentos das vítimas, pedindo que, na audiência, os comerciantes dessem depoimento a favor dos marginais. ?Resultado: chegou na hora, todas as vítimas intimadas compareceram na audiência, mas ninguém ?reconheceu? os rapazes. Alguns foram ameaçados?, revelou o dono da farmácia.

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