Covardia

Idosa é roubada e espancada até a morte

Feliz depois de almoçar com uma amiga, uma senhora de 85 anos voltava para casa, ontem (30) quando encontrou assaltantes arrombando a porta do apartamento da vizinha. Indefesa, ela se tornou a vítima. Foi amarrada, teve o apartamento revirado e roubado, e foi espancada até a morte.

A covardia extrema teve início por volta das 14h20. As imagens do circuito externo de segurança do condomínio mostram um homem utilizando um equipamento pequeno para arrombar a porta de acesso ao prédio, que fica na Rua Desembargador Isaías Bevilaqua, nas Mercês.

Ele permanece um tempo no pátio do prédio, falando em um celular, enquanto alguns moradores entravam e saíam. A certo momento, ele abriu o portão para outros dois comparsas, e eles subiram. Não há câmeras nos corredores do edifício. A polícia acredita que eles foram diretamente ao 4º andar.

Pouco tempo depois, Enoy da Conceição Pinto, 85 anos, chega. A investigação da equipe da Delegacia de Furtos e Roubos aponta que ela chegou ao 4º andar no momento em que o trio tentava arrombar a fechadura da vizinha dela. Esta fechadura foi apreendida, com indícios que comprovam a tentativa de arrombamento.

Enoy foi rendida, levada para dentro do próprio apartamento, e teve os pés e mãos amarrados. Os marginais reviraram dois dos três quartos da casa e espancaram a vítima, que morreu após sofrer um traumatismo craniano. Os três fugiram caminhando normalmente, levando algumas joias.

Procura

Por volta das 16h, o irmão de Enoy, Lopes Pinto, achou estranho o fato de que ela não atendia ao telefone. Insistiu até por volta das 19h, quando decidiu procurar a amiga que almoçara com a idosa. A amiga contou que às 14h30 um táxi deixou Enoy em frente ao prédio.

Preocupado, o irmão foi até o apartamento e encontrou os quartos revirados e a irmã morta. Desesperado, ele encontrou uma lista de telefones úteis em uma edição do jornal Gazeta do Povo, e decidiu procurar a Delegacia de Furtos e Roubos, já por volta das 22h.

Os investigadores, em poucos minutos, chegaram até o local, constataram o latrocínio e acionaram o Instituto de Identificação para recolher impressões digitais dos suspeitos. Eles também pegaram as imagens do circuito de câmeras do prédio, que foram periciadas durante toda a madrugada.

O próprio delegado Rodrigo de Souza, da DFR, ficou revoltado com a covardia dos marginais. “Quem faz isso com uma senhora de 85 anos não merece estar no convívio social. Infelizmente nossa constituição não permite, mas em casos como esse os autores mereciam prisão perpétua, ou até pena de morte”, desabafa.

A revolta ainda maior foi de Lopes, que trouxe a irmã de São Paulo para Curitiba há mais de 30 anos, para cuidar dela. “Ela era educada, sem arrogância. Dialogava com todo mundo. Ela não merecia passar por isto”, lamenta.