Homem morto por abelhas

O toque da vara atiçou a fúria de um enxame na quente tarde de terça-feira. As abelhas atacaram três homens e Antônio Eurides Maia, 44 anos, morreu. Ele havia provocado os insetos, ao tentar retirar a colméia do beiral da casa de uma chácara, no quilômetro 22, da PR-423, Botiatuvinha, em Campo Largo.

Antônio era vizinho da chácara e foi tomar chimarrão com dois amigos naquela tarde. De acordo com seus companheiros, ele chegou embriagado e, em determinado momento, resolveu acabar com as abelhas armado com uma vara longa. Quando o enxame saiu da colméia, os homens tentaram fugir para uma casa dos fundos da chácara. Antônio tentou se esconder no banheiro, mas os insetos o alcançaram, entrando pela janela que não tinha vidros.

Alergia

Caetano de Oliveira Soares, 56, também foi picado. Ele relatou que seu amigo vomitou antes de morrer, indicando a possibilidade de ele ser alérgico à picada de inseto. O corpo de Antônio foi encaminhado ao IML, onde passará por exames complementares. ?O laudo da necropsia vai determinar o que exatamente causou a morte dele?, comentou o investigador Turman, da delegacia local.

Caetano contou que a colméia se formava a cerca de dois meses. ?Essas abelhas são violentas. Quando a gente ia cortar grama, o barulho da máquina fazia com que elas saíssem do telhado e atacassem?, contou, acreditando que sejam abelhas africanas. Essa também era a opinião do dono da propriedade André Mancars, que se escondeu do enxame na casa principal.

CB atende emergência

Quando uma colméia se instala, os moradores devem tomar muito cuidado para não alvoroçar as abelhas e, em hipótese alguma, tentar pôr fim ao enxame sozinhos. É o que recomenda o tenente Leonardo Mendes dos Santos, relações públicas do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, o órgão está preparado para atender ocorrências deste tipo, contando inclusive com a ajuda de apicultores.

O oficial explica que, ao descobrirem uma colméia, as pessoas devem ligar para o número 193. O rádio-operador do Corpo de Bombeiros analisa a ocorrência e caso a situação seja emergencial, uma equipe vai até o local, vestindo roupas apropriadas, e retira a colméia, levando-a para um lugar afastado. Caso os insetos não estejam atacando, os soldados entram em contato com um apicultor que vai até o local fazer a retirada. Porém, este serviço é pago. ?É proibido matar as abelhas e vespas, por isso elas são levadas para outro lugar. Muitas vezes os insetos estão apenas de passagem. Por isso, geralmente na primavera atendemos mais casos, pois eles estão migrando em busca de alimento?, explica o tenente.

Para evitar o ataque, o bombeiro lembra que as abelhas não podem ser incomodadas.

Voltar ao topo