O maquinista Elvis Reverson Santana Rosa, 28 anos, levou um susto quando passava pela Vila União, no Uberaba, e viu um corpo ensangüentado estendido na linha férrea.
Ele tentou parar o trem, mas não conseguiu e passou duas locomotivas e 52 vagões sobre o cadáver de Eder Ivan Cordeiro, 43 anos, que foi esquartejado. Próximo das pernas a polícia localizou um cachimbo de crack e no tronco, um projétil amassado.
A perita Jussara Joeckel, da Polícia Científica, constatou vários golpes de facão no rosto da vítima. Provavelmente ele também foi atingido em outras partes do corpo, mas como o cadáver foi esquartejado, as lesões ficaram prejudicadas?, disse Jussara. Ela contou que só poderá afirmar se a vítima foi ferida por arma de fogo após o exames de necropsia.
Morte
O corpo foi colocado na linha do trem entre as 12h55 e 13h40. Apesar do horário, curiosos que estavam no local afirmaram não ter visto nada. ?Você acha que aqui a gente vê alguma coisa??, indagou uma mulher, que olhava o cadáver, dando a entender que mesmo quem viu o assassinato não dará informações à polícia.
O investigador Lopes, da Delegacia de Homicídios, esteve no local junto com seu colega Magalhães e informou que antes do incidente, passou pelo local outro trem às 12h55 e não tinha nenhum corpo no trilho. ?Eu vi o homem com muito sangue no pescoço. Não tive como parar. Ele já estava morto?, contou Elvis, que conseguiu parar a composição somente 500 metros depois do atropelamento. Foi ele quem avisou a polícia.
Procurado
Eder estava com mandado de prisão por furto expedido pela juíza Luciane Regina Martins de Paula desde junho passado. Ele também respondia inquérito por estelionato e formação de quadrilha, uso de entorpecentes e resistência à prisão.