Golpistas são detidos em Curitiba

Quatro pessoas foram detidas anteontem, com mais de 100 documentos falsificados, que usavam para dar golpes no comércio. O que chamou a atenção da polícia é que as informações pessoais das vítimas, que a quadrilha usava nos documentos falsos, eram retiradas do sistema de informática de uso restrito da polícia. O caso foi remetido à perícia da Celepar (Companhia de Informática do Paraná), que tentará descobrir quem as surrupiou. Estão presos um advogado de Araucária (cujo nome está em sigilo por ordem judicial), Manuel Arnaldo Alves, parceiro do advogado, além do casal Gilmar Basso de Paula Lima e Edilma do Prado Ferreira.

De acordo com o delegado Vinícius Augustos de Carvalho, da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, a polícia já vinha investigando o casal, até que na semana passada, um comerciante ligou à delegacia informando dois pedidos de compra fora do comum. Duas pessoas diferentes compraram pisos de madeira, dando o nome do mesmo advogado como referência para a retirada das mercadorias. As pessoas também não quiseram que os pisos fossem entregues no local da colocação, como normalmente fazem os clientes, e pediram para retirar os produtos na loja.

Prisões

A atitude suspeita começou a ser investigada, até que Manuel e o advogado foram abordados num Corsa, no Bacacheri, com vários documentos falsos. O advogado negou envolvimento, mas acabou sendo delatado pelo comparsa, que revelou que o advogado conseguiu os documentos com Gilmar e Edilma, que já vinha sendo investigados.

Na residência do casal, os policiais encontraram mais de cem documentos falsificados -entre eles carteiras de identidade, de trabalho, cartões de crédito, documentos de veículos, certidões de casamento em branco, talões de cheque, comprovantes de residência e declarações de imposto de renda, além de carimbos da Delegacia Regional do Trabalho – e uma espingarda calibre 12. Edilma seria a responsável pelas falsificações caseiras, enquanto Gilmar se encarregava de conseguir os dados pessoais das vítimas.

Sistema

Na residência também foram encontradas diversas fichas retiradas do sistema policial, com as informações das vítimas, como RG, CPF, filiação, etc. ?Toda a entrada no nosso sistema fica registrada através de usuário e senha. A Celepar poderá descobrir se foi algum servidor que fez a impressão destas fichas, ou se nosso sistema foi invadido por hackers?, explicou o delegado.

A polícia sabe que eles vendiam os documentos para estelionatários e vai tentar descobrir estes ?clientes?, que abriam contas em banco, além de comprar mercadorias no comércio e revendê-las no ?mercado negro?.

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