Garoto de 9 anos é vítima de bala perdida

Casos de vítimas de balas perdidas, comuns em cidades como o Rio de Janeiro, começam a virar triste rotina em Curitiba e Região Metropolitana. Pela segunda vez em menos de um mês, uma criança foi ferida desta forma. Rafael Veiga, 9 anos, estava no quintal de sua casa, na Rua Alice Nascimento Sbrisa, Jardim Luci, São José dos Pinhais, quando levou um tiro na barriga, às 15h30 de terça-feira. O menino permanece internado em estado grave, no Hospital Cajuru, e a polícia tenta descobrir quem o atingiu.

A mãe da criança relatou à delegacia de São José dos Pinhais que algumas pessoas armadas com faca brigavam na esquina da casa da família. Um dos envolvidos na confusão apareceu com uma arma de fogo e disparou um tiro, que acertou Rafael por engano. Enquanto o Siate socorria o garoto, a Polícia Militar fazia buscas na tentativa de localizar algum suspeito. Ninguém foi preso.

“Soubemos dos apelidos de alguns suspeitos. Seriam moradores de uma favela próxima”, disse o superintendente da DP, Altair Ferreira. A polícia montou campanas para tentar capturar os acusados, mas não obteve êxito até a tarde de ontem. A mãe de Rafael será chamada para depôr de forma oficial na delegacia.

De novo

Na tarde de 11 de setembro, uma bala perdida atingiu a cabeça do menino Victor Alexandre Oliveira Evangelista, 4 anos, na Rua Marrocos, Vila Palmital, Pinhais. O garoto morreu no dia seguinte, no Hospital Cajuru, e o acusado de matá-lo foi preso pela delegacia da cidade. José Oscar Cararo, 42 anos, teria atirado em direção ao desafeto Marcos Sobrinho da Cruz, mas uma das balas desviou e acertou a criança.

Ainda em 2004, pelo menos outros cinco inocentes morreram por tiros que não lhes eram endereçados. O motoboy Gesiel Lima dos Santos, 24 anos, foi baleado ao voltar do trabalho, na madrugada de 18 de abril, no Sítio Cercado. O estudante Rodrigo dos Reis, 15 anos, levou um tiro na cabeça em 24 de junho, na frente de casa, na Rua Etelvina Pimentel Rodrigues, Jardim Ipê, São José dos Pinhais.

Em 11 de agosto, o operador de máquinas Getúlio Gonçalves Lins, 38 anos, foi morto com um tiro no peito enquanto caminhava pela Rua João Negrão, centro de Curitiba, após ter saído de seu turno de trabalho. O disparo foi feito por um homem que assaltava um motoboy. Cinco dias depois, Antônio Carlos da Maia, 36 anos, também foi atingido no peito quando estava dentro de um bar, na Rua José Fabiano Barcik, Cajuru. Um menor, de 17 anos, atirou em direção a alguns comparsas de furto que o haviam agredido, mas acertou apenas Antônio, que nada tinha a ver com a briga. Em 24 de agosto, um confronto armado entre gangues de adolescentes matou o aposentado Leônidas Camargo, 56 anos, que andava de bicicleta pela Vila Braga, São José dos Pinhais.

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