Os sonhos da menina Kescilyn Naira Santos Mussi, 14 anos, foram interrompidos por um tiro, que acredita-se ser acidental, às 20h20 da última sexta-feira, em frente à sua casa, na Rua Antônio Gonçalves Dias, 1067, Vargem Grande, em Pinhais.
Segundo uma amiga da menina, Kescilyn era aluna da 6.ª série do Colégio Mathias Jacomel, no período da tarde. De acordo com um vizinho, a jovem conversava com amigos em frente de casa, após a aula, quando um rapaz, conhecido no bairro por ?Cabeção?, chegou no grupo e mostrou uma arma à garota. ?Ela foi ver o revólver e acidentalmente um tiro acertou sua cabeça?, explicou a amiga. O dono da arma fugiu e nenhum dos amigos que presenciou o fato estava por perto para dar mais informações sobre o ocorrido.
De acordo com Pedro Araújo, o ?Professor Esporte?, vizinho da família de Kescilyn, a menina era sua aluna de capoeira e a conhecia há muito tempo. ?Aqui é normal, a gente tem que conviver com essas coisas. Que tristeza, ela morreu no portão da minha casa?, comentou o professor.
Proposital
Valdir Bicudo, superintendente da Delegacia de Pinhais, apurou uma outra versão para a morte de Kescilyn, na manhã de ontem, quando esteve no velório da menina e na rua onde ela morava. Ele descobriu que um jovem de nome Elton, ou o ?Cabeção? – não se sabe se é maior de 18 anos ou menor -, que mora naquela mesma rua, chegou na roda de pessoas e conversou com Kescilyn e sua irmã Jenifer, mostrando o revólver. Nessa hora, ele teria dito ?hoje eu preciso matar um?. Após isso, recolheu a arma e foi embora.
Minutos depois, as irmãs entraram, e quando estavam jantando, Kescilyn foi chamada no portão. Foi nesse momento que sua irmã ouviu o tiro, e quando foi ver, já encontrou a adolescente morta no portão. Por esse motivo, e pelo fato de o marginal já ser conhecido na região por suas arruaças, é que Bicudo não acredita totalmente na hipótese de tiro acidental.
Investigação
Bicudo ainda apurou que junto com Elton ainda estavam outros dois rapazes, chamados Diogo e Jonatan. ?Testemunhas relataram que o Elton está com o braço quebrado, engessado e apoiado por uma tipóia, e que numa de suas mãos faltam dois dedos?, disse o policial, que pede a quem tiver qualquer informação sobre Elton ou sobre seus comparsas, que telefone à delegacia, no número (41) 3667-3457.
O superintendente ainda apurou que Elton há tempos vem incomodando os moradores locais. Desde que se mudou para a Rua Antônio Gonçalves Dias, mesma rua onde Kescilyn mora e morreu, o local tornou-se mais perigoso. Moradores relataram ao superintendente que Elton é usuário de drogas, e que não é a primeira vez que anda armado na rua. A polícia de Pinhais continua investigando o caso e conta com a ajuda da população para coletar mais informações sobre o paradeiro de Elton e seus comparsas.