Estudo divulgado nesta terça-feira pelo governo federal, Unicef e uma ONG ligada a comunidades carentes revela que Foz do Iguaçu (PR) lidera o ranking de homicídios entre adolescentes no país. No estudo, realizado em 2006, foram incluídos adolescentes entre 12 a 19 anos habitantes de 267 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes.

O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) de Foz de Iguaçu é de 9,7 mortes, três vezes e meio superior à média nacional, de 2,03. O cálculo levou em conta mortes ocorridas em grupo de mil jovens.

Em segundo lugar no ranking está a cidade de Governador Valadares (MG), que registrou 8,5 mortes a cada grupo de mil e Cariacica (ES), IHA de 7,3.

A projeção é de que entre os anos de 2006 a 2012 cerca de 33 mil adolescentes não chegarão aos 19 anos de idade pois terão sido vítimas de mortes violentas. O estudo foi criado em parceria pela SEDH/PR (Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República), o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Observatório das Favelas.

Delazari contesta

Fábio Schatzmann

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, por meio de sua assessoria, contestou ontem os números apresentados pelo governo federal. De acordo com dados do órgão, a média de assassinatos ocorridos em Foz do Iguaçu, um dos municípios alvos da pesquisa, caiu pela metade e na faixa avaliada os homicídios de jovens reduziram 36,7%, entre 2006 e 2009.

“O estudo divulgado pelo governo federal é uma grande estimativa baseada em dados de 2006. O importante é que nós revertemos a tendência. Desde 2005, reduzimos o número de homicídios na cidade. Caso o estudo fosse trazido para hoje, seu resultado seria diferente”, declarou o secretário.

Pelos dados, em 2006, 59 adolescentes foram assassinados em Foz. Em 2007, o número subiu para 77, mas desde então está em constante queda. Em 2008, 48 jovens foram mortos e, este ano até mês passado, foram 19 adolescentes.

Já o índice de homicídios total (sem o recorte por faixa etária) cai ano a ano desde 2005, quando a média era de um assassinato por dia. No primeiro semestre deste ano, foram registradas 95 mortes na cidade.

O secretário disse que os estudos, mesmo não sendo novidades para a área por não representarem a realidade presente, mobilizam a sociedade para o problema da segurança no País.