Falta de segurança em ciclovias é motivo de reclamações

A bicicleta é utilizada por muitos trabalhadores como um meio mais rápido e barato de locomoção. Olair Correia, 45 anos, mora em São José dos Pinhais, sai de casa às 7h50 e, em menos de 50 minutos, chega até o bairro Mercês, quando de ônibus levaria uma hora e meia e teria de pagar a passagem. Porém, ultimamente o barato está saindo caro e perigoso. Os ciclistas reclamam de falta de segurança nas ciclovias.

"Os caras ficam bem na frente da ciclovia e quando você vai passar devagar, para não atropelá-los, eles te derrubam e levam tua bicileta. Eu já vi muito assalto. E já vi muitas mulheres sendo assaltadas, porque é mais fácil", conta Anderson Ribeiro Gonçalves, 30 anos.

O jeito, segundo Anderson, é andar na canaleta do ônibus. "Na canaleta é mais difícil o assalto, porque a gente anda mais rápido e não precisa parar", afirma. Ele mesmo quase foi assaltado, com medo de perder o investimento que fez em equipamentos para sua bicicleta, reagiu. "Minha bicicleta vale R$ 1,5 mil e quanto maior o valor a bicicleta mais visada é. Há um mês tentaram me assaltar, próximo ao tubo do Vila nova, mas não deixei levar", conta.

Sem registro

De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, não há muito registro de furtos e roubos de bicicleta, mas não porque o crime não esteja ocorrendo. "Tem registro de roubo aos ciclistas profissionais, principalmente na descida para as praias, porque as bicicletas são muito caras. No entanto, geralmente as vítimas não registram o boletim", afirma Recalcatti.

Adriano de Souza, 19, não teve a mesma sorte de Anderson. A bicicleta dele e do irmão foram roubadas recentemente, mas eles não comunicaram a polícia. "No mês passado roubaram a minha bicicleta. E há pouco tempo roubaram também a do meu irmão. Nós não registramos queixa porque nunca acham", se queixa Adriano.

A recomendação do delegado é que, mesmo assim, o boletim de ocorrência seja feito. "Porque a gente, às vezes, encontra bicicletas abandonadas ou são apreendidas em operações. Quando isso acontece, como ninguém procura e não há registro, muitas bicicletas ficam aqui", afirma.

Segundo a Polícia Militar, há um trabalho de ronda, cujo o efetivo tem sido aumentado desde 26 de agosto, direcionado à coibição de qualquer tipo de crime. Os dias e horários desse policiamento são alternados, assim como a número de policiais e viaturas, conforme a necessidade da área.

Enquanto os assaltos não são reduzidos e nem sempre a polícia fica 24 horas nas ciclovias, os ciclistas têm procurado cuidar da própria segurança. "No fim do dia a gente que vem de bicicleta, uns dez ou quinze, se cruza e um vai acompanhando o outro. Quando vemos um assalto a gente tenta ajudar, corre atrás, procura uma viatura ou liga para o 190", afirma Anderson Gonçalves.

Voltar ao topo