Executado durante jogo de baralho na Vila Oficinas

Provável braço de uma organização criminosa que queria comandar o tráfico no Cajuru foi ?quebrado? na noite de quarta-feira. Clei Anderson Teodoro da Silva, 30 anos, o ?Tiozinho?, foi executado com mais de 15 tiros durante jogo de baralho na Sociedade Beneficente Recreativa Vila Oficinas.

O superintendente Dilso Morgerot, da Delegacia de Homicídios, disse que a vítima era suspeita de um homicídio e que há informações sobre a participação de ?Tiozinho? na organização criminosa.

?Ele já era investigado por nós há alguns meses. Temos informações de que seria o comandante do tráfico no Cajuru e teria envolvimento no assassinato de um jovem durante um jogo de futebol no estádio do São Paulo Futebol Clube, no Xaxim?, relatou. A vítima desse crime foi Érik Stampler, 17 anos, que morava no Cajuru.

O policial também contou que integrantes de uma gangue rival à da vítima afirmaram que ele fazia parte de uma organização criminosa.

Além disso, no local do crime, surgiu o boato que ?Tiozinho? havia recebido R$ 250 mil dessa organização para comandar o tráfico no Cajuru. ?Durante as investigações, iremos confirmar ou não essas informações?, completou Dilso.

Tiros

A sociedade beneficente fica na Rua Engenheiro Costa Barros, quase em frente ao terminal da Vila Oficinas. Lá, ?Tiozinho? participava do carteado que reunia cerca de 15 pessoas. Testemunhas relataram que um homem, com o rosto coberto por uma touca, invadiu a associação e atirou várias vezes.

As balas acertaram a vítima no rosto, pescoço e costas e deixaram as marcas da violência nas paredes e mesas. A polícia recolheu cerca de 25 cartuchos de pistolas calibres ponto 40, 9 milímetros e 380, indicando que, diferente do que foi dito à polícia, mais de uma pessoa participou da execução. Na confusão, a namorada de ?Tiozinho?, grávida de sete meses, passou mal e teve de ser atendida por socorristas do Samu.

Confronto

De acordo com o superintendente Dilso, a cena do crime aponta para troca de tiros e ?Tiozinho? teria sido baleado por mais de um indivíduo. ?Os autores podem ser de um grupo rival ou até mesmo do bando da vítima?, ressaltou. Essa hipótese foi levantada porque, ?Tiozinho? estava acompanhado de amigos, que sumiram após o crime, assim como a arma que provavelmente a vítima carregava.

Com o nome do irmão

?Tiozinho? portava a carteira de habilitação em nome de seu irmão. O tenente Vieira, do 20.º Batalhão da Polícia Militar, contou que a vítima era conhecida dos policiais da região. Um dos proprietários da casa – conhecido por José – disse que ?Tiozinho? freqüentava a casa há aproximadamente quatro meses e nunca havia criado problema. ?Ele sempre pagou o que devia e, aparentemente, era um bom rapaz?, relatou.

Bastante emocionada, a mãe da vítima, Cleonice Teodoro da Silva, que mora em Praia Grande (SP), afirmou não saber se ?Tiozinho? estava envolvido com organizações criminosas ou se tinha recebido dinheiro para comandar o tráfico de drogas. Sobre a documentação falsa, explicou que o filho não sabia dirigir direito e não conseguiu tirar a carteira de habilitação, por isso usava a do irmão com uma foto sua.

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