Empresário preso por aplicar golpe

Acusado de aplicar o “golpe do emprego” em mais de 100 pessoas, Luiz Demétrio Cortez, 27 anos, foi preso por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), no último dia 29 de outubro. Proprietário da empresa Executive Assessoria em Recursos Humanos, situada no bairro Bom Retiro, Luiz angariava executivos que pretendiam trabalhar em multinacionais e cobrava R$ 12 mil para recolocá-los no mercado. A polícia ainda não tem o valor estimado do golpe e quantas pessoas foram lesadas, mas recolheu uma lista na empresa de Luiz, contendo 120 nomes de supostas vítimas, que estão sendo investigadas.

Luiz foi denunciado pela advogada de uma empresa de cartão de crédito, após um cliente da operadora, residente no Mato Grosso, reclamar que não havia gasto determinada quantia no cartão. Como houve outras reclamações e as operações dos cartões de crédito foram feitas em Curitiba, a advogada denunciou o fato ao Cope, que iniciou as investigações. Na quinta-feira da semana passada, quando Luiz foi até uma concessionária de automóveis, na Avenida Marechal Floriano, Parolin, onde estava adquirindo um carro, foi preso em flagrante por estelionato.

Golpe

O delegado Messias Rosa, responsável pelas investigações, informou que a empresa anunciava em jornais de grande circulação de todo o País e angariava “clientes” através da internet. “Após o recrutamento das pessoas desempregadas, os cadastrados eram procurados pela empresa e recebiam a falsa proposta de emprego em uma multinacional, sendo o salário de R$ 6.100,00”, disse o delegado. Messias contou que muitas pessoas deixavam seus Estados em busca de uma boa oportunidade de trabalho. “Temos vítimas de Minas Gerais e de Góias”, contou.

De acordo com as investigações, para conseguir emprego o interessado era submetido a um teste com psicólogos e orientadores. “No momento da prova é que os estelionatários cobravam os R$ 12 mil para a pessoa conseguir o emprego. Eles diziam ainda que o desempregado estava pagando apenas a metade e que a empresa pagaria o restante”, falou o delegado.

Messias enfatizou que, para fazer a prova, o candidato teria que deixar o cartão de crédito ou cheques pré-datados para a empresa. “O dinheiro era sacado enquanto a pessoa fazia o teste, mesmo no caso dos cheques pré-datados”, frisou o policial. As investigações também apontaram que a empresa atendia, em média, a quatro pessoas por dia. “Isso quer dizer que eles enganavam cerca de 120 pessoas por mês. A empresa funcionava há dois anos”, explicou Messias.

Ontem, o delegado ouviu vários funcionários da empresa de Luiz, que podem ser indiciados por formação de quadrilha. “Os funcionários recebiam 20% de cada contrato”, disse o policial. O empresário foi preso quando foi até a concessionária fazer operações com cartões de crédito. O dinheiro sacado seria para comprar um Citroën, mas há pouco tempo o empresário desistiu do negócio, e queria adquirir um Bora, cujo valor é mais baixo. “Havia muitas reclamações. Acreditamos que ele estava se preparando para dar o fora. Na realidade, a empresa dele é uma tremenda arara”, comentou o delegado.

Voltar ao topo