Empresário assassinado com tiro no rosto

Um veículo Kadett parado em uma estrada em Pinhais; cerca de R$ 150 mil em cheques e dinheiro e um pano manchado de sangue, jogado próximo do carro, formaram o cenário da execução do empresário João Toporoski, 53 anos, encontrado morto, na manhã de ontem, dentro do carro que provavelmente iria comerciar com o próprio assassino. A vítima era proprietária de uma grande revenda de automóveis, situada na Rua Lamenha Lins, em Curitiba. O que mais intriga a polícia neste caso é o fato de o autor não ter levado a pequena fortuna.

O empresário foi encontrado por volta das 11h, por três moradores da região que acharam estranho o veículo estar parado na estrada pouco movimentada, no lugarejo conhecido por Capoeira Grande. Assim que os policiais do 17.º Batalhão da PM foram acionados, verificaram que João havia sido assassinado com um tiro no rosto, próximo ao olho. Quando a perita Wilma Benkendorf, da Polícia Científica, iniciou o trabalho de investigação no local, o crime, que parecia simples, alcançou novas proporções.

Dinheiro e cheques

No bolso da camisa do empresário foram encontrados 28 cheques, de quantias que variavam de R$ 300,00 a R$ 17 mil, totalizando R$ 115.390,00. Durante a apuração do que mais havia dentro do carro, foram encontradas duas sacolas com maços de dinheiro. A quantia total que João levava com ele era de cerca de R$ 150 mil. Além da pequena fortuna, um aparelho celular e um de mensagem eletrônica (bip) foram encontrados. A maioria dos cheques era pré-datada, para ser descontada no mês de dezembro, o que não aconteceu.

De acordo com Luiz Antônio da Luz, funcionário da revendedora de veículos, João costumava andar com bastante dinheiro porque comprava os carros à vista. Quanto a validade dos cheques e demais transações que o empresário costumava fazer, o funcionário negou-se a falar. “A última vez que eu o vi foi às 9h, quando passou na loja e disse que ficaria pela região. Quando passei um bip, pouco depois, ele não respondeu”, disse Luiz.

O carro que o empresário dirigia quando foi morto estava anunciado no caderno de classificados de um jornal da capital, o que indica que ele pode ter ido negociar o veículo quando foi executado. Essa versão é desmentida pelo funcionário do empresário. “Jamais ele iria negociar um carro naquele local, por isso, tenho certeza que ele foi levado de Curitiba para ser morto lá”, afirmou.

Suspeito

De acordo com a perita, João teria brigado com o assassino, já que além do tiro no rosto, o homem teve o braço esquerdo dilacerado a golpes de faca. O empresário foi encontrado ainda usando o cinto de segurança, sentado no banco do motorista, mas com as pernas jogadas para o lado. Mais um indício que João teria tentado travar uma luta corporal com o homem que ocupava o banco do passageiro.

Perto do veículo foi achado um pano manchado de sangue. “Provavelmente o autor do crime o usou para limpar as mãos, mas só será possível confirmar isso depois do exame de DNA”, explicou a perita.

A única pista que a polícia tem do autor são características passadas pelos moradores que encontraram João. Segundo o soldado Galkoweski, do 17.º BPM, essas pessoas suspeitaram de um homem moreno-claro, com cabelos curtos, aparentando 20 anos, bem vestido – trajando camisa branca -, que andava a pé pela estrada. Ao passar pelo homem e andar cerca de 10 metros, encontraram o corpo. “Ao que tudo indica este deve ser o autor do crime, já que o local é deserto e é difícil ver pessoas que não morem pela região andando por aqui”, disse o policial.

O veículo foi levado para perícia no Instituto de Criminalística e a investigação do crime ficará sob responsabilidade da delegacia de Pinhais.

Voltar ao topo