Efetivo de agentes penitenciários está desfalcado em 1,5 mil

Os agentes penitenciários reclamam que o efetivo de profissionais está desfalcado em cerca de 1.500, de acordo com o sindicato da categoria (Sindarspen). O diretor do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Mauricio Kuehne, porém, afirma que são precisos mais 500 e que nesta semana deve ser publicado edital para o concurso de 200 agentes de monitoramento, o que deve trazer melhorias para o sistema.

Aproximadamente 3,5 mil agentes atendem 15,5 mil detentos em 25 unidades prisionais. Com a falta de funcionários eles ficam sobrecarregados. O vice-presidente do Sindarspen, Antony Johnson, afirma que o desvio de tarefas é outro problema recorrente. “O agente vai para atividades administrativas, como motoristas e secretários que precarizam a custódia dos presos”, critica.

Medo

“Sentimos perigo iminente e os presos comentam que podem virar a cadeia quando quiserem”, conta um agente que não quer se identificar. Entre os agentes circulam boatos sobre possível troca das escalas de trabalho. O horário vigente é de 24 horas de trabalho por 48 horas de folga. O diretor do Depen esclareceu que o turno de 12h por 36h é destinado apenas aos recém-contratados e fica como uma opção aos demais trabalhadores.

O diretor do Depen afirmou que os agentes de monitoramento que serão contratados vão trabalhar em unidades do regime semiaberto, liberando os agentes penitenciário para outras unidades.

A proposta do governo em transferir cerca de 16 mil detentos das delegacias para as penitenciárias também foi recebida com apreensão entre os agentes penitenciários. Kuehne garante que as transferências serão gradativas. “Vamos assumir as cadeias e quando o governo autorizar serão contratados 900 agentes”, afirma.