Educação no combate ao crime

Um trabalho conjunto do Poder Judiciário com a Secretaria de Estado da Educação foi proposto pelo presidente da Associação dos Magistrados do Paraná, Roberto Portugal Bacelar, na reunião semanal de ontem da Operação Mãos Limpas, no Palácio Iguaçu, em Curitiba. A proposta tem o objetivo de desenvolver o conceito de cidadania entre alunos da 4.ª série do ensino fundamental, como mais uma estratégia de combate ao crime organizado.

Para detalhar melhor o projeto e a parceria, o secretário Maurício Requião, da Educação, deverá participar da próxima reunião. A experiência com escolas públicas de Curitiba já é desenvolvida pela Associação desde 1992. Para implantar esse projeto, é preciso também o apoio das prefeituras municipais, segundo Bacelar. “O custo é zero e o resultado, segundo relatórios que temos desde 1997, é bastante promissor”, avaliou.

A idéia é passar um conceito amplo de cidadania às crianças, por meio de palestras, cursos, visitas a órgãos públicos, simulação de julgamentos, entre outras atividades, que teriam juizes, promotores públicos e policiais participando como voluntários. “A criança vai aprender sobre política, funcionamento dos três poderes e direitos e deveres dos cidadãos. Conteúdos que vão dar uma base para sua vida futura”, afirmou Bacelar.

Sistema

A reunião, que foi coordenada pelo vice-governador Orlando Pessuti, contou também com a presença da juíza da Vara de Execuções Penais de Guarapuava, Christine Kampmann, que apresentou suas preocupações em relação ao funcionamento do programa Pró-Egresso e também quanto às modificações que a Secretaria da Justiça prevê fazer na Penitenciária Industrial de Guarapuava, para aumentar o número de vagas no sistema, além do problema de superlotação da cadeia pública do município.

O secretário Aldo Parzianello garantiu à juíza que o atendimento aos presos e seus familiares pelo Pró-Egresso não será encerrado, e explicou que houve alguns ajustes no valor da verba para o programa, que terá a participação de estagiários das universidades estaduais. “As dificuldades são momentâneas”, garantiu o secretário. Quanto a mudanças na penitenciária industrial, que prevêem aumento do número de vagas, o secretário aceitou o convite da juíza de fazer uma visita amanhã, para conhecer o sistema e antes de tomar qualquer decisão.

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