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Droga é a principal causa de homicídios de mulheres

No ano passado, 95 mulheres (a partir dos 12 anos) foram assassinadas em Curitiba e região metropolitana, 8% dos 1.175 homicídios registrados. Em 2015, 14 mulheres já foram mortas em janeiro e fevereiro, quase 7% dos 203 crimes dessa natureza. Os dados foram levantados pela Tribuna / Paraná Online.

A delegada Eunice Bonome, coordenadora das Delegacias da Mulher no Paraná, diz que o maior motivo por que as mulheres são assassinadas é o envolvimento com drogas. Na adolescência, as meninas provam drogas, estimuladas por amigas e amigos ou namorados que já são usuários. Depois, tentam sustentar o vício roubando ou vendendo drogas. A partir de então, a morte pode ocorrer porque estão devendo aos traficantes; foram presas vendendo drogas e o traficante quer o pagamento do material apreendido; ou são vítimas da violência em briga entre usuários.

Em segundo lugar, diz Eunice, está a violência doméstica. Casais ou familiares que já vêm se desentendendo, com brigas constantes. No entanto, é quando eles estão alcoolizados ou drogados e voltam a brigar que acontecem as lesões corporais, estupros e até homicídio.

Eunice diz que, na delegacia, os motivos apresentados pelos casais para as brigas são falta de sexo, filhos, problemas com os bens da família, falta de dinheiro entre outras razões. Por isso, a delegada acredita que a maioria das brigas poderiam ter sido resolvidas com tratamentos e atenção social. “Às vezes, a mulher apanha do marido e não sai de casa porque não trabalha e não pode se sustentar. É preciso dar qualificação para ela”, cita a delegada.

Outro motivo das brigas, apontado pela policial, é o vício em álcool e outras drogas de um dos parceiros. Para Eunice, é necessário que se busque tratamento para que a pessoa se livre da dependência química. “No caso de a briga ser por causa dos filhos, é preciso ajudar estes jovens”, comentou. Eunice explica que muitos homens desenvolvem ciúme doentio das companheiras, por não aceitarem o pedido de separação ou por ela ter salário maior. “Esse homem precisa de tratamento psicológico”, analisou.