Uma jovem cega, sofreu tentativa de assalto, às 17h40 de ontem, quando esperava o ônibus, na Avenida Visconde de Guarapuava, em frente ao Instituto Paranaense de Cegos (IPC).
Ela foi a terceira vítima, portadora de necessidades especiais, assaltada em menos de cinco dias na região. Dois suspeitos foram presos minutos depois e encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), onde foram autuados em flagrante pelo crime.
Léia Cristina, que é cega de nascença, estava no ponto de ônibus, com cinco pessoas, quando Ademar Marinho Soares, 20 anos, e o americano Paul Andrew Johnson, 21, ambos com passagens na polícia por roubo, deram voz de assalto.
“Foi uma gritaria. Estava falando no celular quando ouvi o barulho e, em seguida, um deles me agarrou por trás. Puxei o celular bem forte e não deixei que ele o levasse. Consegui correr para o instituto, que por sorte estava com a porta aberta”, descreveu a jovem.
Buzinaço
O assalto só não se concretizou por que vários motoristas que viram a ação dos marginais começaram buzinar e eles desistiram do roubo. A polícia recebeu várias ligações e uma viatura da Companhia de Operações e Eventos que estava próxima do local, pegou as características da dupla. Em menos de cinco minutos os suspeitos estavam presos. “Já estávamos patrulhando a área por conta de diversos boletins de ocorrências de furtos e roubos na região”, contou o tenente Ademilson Gonçalves.
A assistente social do IPC, Elaine Adams, disse que, algumas horas antes, outro paciente do instituto foi assaltado no ponto. “É um rapaz cego que estava no ponto e foi roubado. Levaram o celular dele”, contou.
Ela disse também que, no sábado, por volta de 14h, levaram a bolsa e a carteira de uma cega, no mesmo ponto de ônibus. “Os marginais sabem que eles tem essa fragilidade e dificilmente irão reagir. Os assaltos acontecem sempre nos dias de pagamento, pois eles acompanham os cegos indo às agências bancárias e depois assaltam no ponto de ônibus”.
O tenente Ademilson disse que os dois presos já tinham passagens pela polícia por roubo. Paul é americano, filho de uma americana com um jamaicano, tem dupla cidadania mas mora há vários anos no Brasil.