A Divisão de Narcóticos (Dinarc) passará, a partir de segunda-feira, a ser comandada pelo delegado Alex Danielevicz, que por duas vezes foi titular da antiga Delegacia Antitóxicos. A atual titular da divisão, delegada Leila Bertolini, será remanejada para a secretaria executiva da Polícia Civil. A troca de comando, de acordo com o delegado geral Leonyl Ribeiro, acontece para oxigenar o trabalho de combate ao narcotráfico. Ainda segundo ele, Leila Bertolini pediu para ficar temporariamente em um local mais calmo – embora seja uma delegada operacional – para tratamento de saúde. “Assim que ela se sentir bem, vai para um outro lugar, onde seus serviços serão melhor aproveitados”, afirmou Ribeiro.
Apesar de ser uma das mais importantes divisões da Polícia Civil, a Dinarc tem enfrentado problemas para combater o tráfico de entorpecentes no Estado. Com poucos policiais e uma estrutura mínima, há tempo não realiza grandes prisões ou apreensões significativas de drogas. O excesso de presos em sua carceragem é outro fator que dificulta o trabalho investigativo, uma vez que os policiais passam a maior parte do tempo na função de carcereiros.
A transformação da Delegacia Antitóxicos para Divisão de Narcóticos (ocorrida há pouco mais de um ano), criou a expectativa de que iria acontecer um endurecimento no combate ao narcotráfico, a partir de um reforço na estrutura policial, com homens bem treinados e em número suficiente. Não aconteceu nem um nem outro. Recentemente, num desabafo, a delegada Leila chegou a dizer que em Curitiba a polícia havia perdido a “guerra contra o crack”, droga que tomou conta da cidade e é consumida por ricos e pobres.
O novo titular da Dinarc – que sai da Assessoria de Planejamento Operacional da PC – deverá contar com muito mais do que a experiência pessoal para reverter a situação, a começar por novas equipes e formação de estratégias para retirar os traficantes de circulação.