Direitos Humanos ouvirá Delazari

Está marcada para o próximo dia 30, às 14h, uma reunião do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Estado do Paraná com o secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, para tratar dos casos de violência policial ocorridos em Londrina. Estarão presentes no encontro familiares de James Ismitt da Silva, morto por policiais na madrugada do último domingo porque estava escutando música alta em sua casa, quando comemorava seu aniversário. Parentes de outras pessoas que foram vítimas do abuso policial também participarão. Uma delas é José Carlos da Silva, pai do jogador de futebol Rafael Bezerra da Silva, morto em novembro do ano passado por policiais, com 14 tiros, ao ser confundido com um bandido.

?Quero falar com o secretário e ver se é possível pedir revisão de caso. Meu filho morreu com 14 tiros à queima-roupa. Isso não é lesão corporal seguida de morte. É assassinato?, afirma Silva. Ele está revoltado porque apenas um policial envolvido na morte de Rafael, Edney Ronaldo Gomes, está respondendo processo por lesões corporais seguidas de morte. Com isso, mesmo que Gomes seja considerado culpado, não fica mais de oito anos na cadeia.

Não é de hoje que o alerta para casos de abuso policial vem sendo feito pelo Conselho. No dia 15 de abril, foi realizada uma audiência pública em Londrina para tratar das denúncia de abuso de autoridade policial. A promotora Margarete Matos esteve na reunião e conta que não foi por falta de aviso que mais uma pessoa morreu por causa da violência praticada por policiais. ?Desde 2002 isso vem sendo alertado. O crime organizado está matando em Londrina e existem policiais envolvidos?, disse.

Para a promotora, denunciar Gomes por lesões corporais seguidas de morte no caso do assassinato de Rafael é um absurdo. ?É o mesmo que passar a mão na cabeça e dizer que podem continuar matando.?

De acordo com Maria de Lourdes Santa, conselheira de direitos humanos, a reunião com o secretário é a última esperança de que sejam tomadas providência para aliviar o problema enfrentado na cidade. ?Londrina virou terra de ninguém. Lá as pessoas matam pelo simples prazer de matar. É preciso acabar com isso?, afirma.

Inquérito

Começam a ser ouvidos hoje, em Londrina, os 22 policiais acusados de ter participado do assassinato de James. Ontem, a PM concluiu a tomada de depoimento de vítimas, testemunhas e familiares de James.

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