Dinarc declara guerra ao tráfico na Vila Trindade

A investigação de dados fornecidos pelo Narcodenúncia, fone 181, levou policiais da Divisão de Narcóticos a prender traficantes na Vila Trindade e também na Cidade Industrial de Curitiba. O trabalho de apuração de dados e as prisões ocorreram na última semana, dando início a uma série de operações que serão desencadeadas pela Dinarc em regiões onde o tráfico de drogas começa a demonstrar força. “Vamos mostrar quem tem força. O narcotráfico sofrerá grandes baixas nos próximos dias e semanas”, decretou o delegado Alfredo Dib Júnior, titular da Dinarc.

A declaração de guerra aos traficantes teve início na Vila Trindade, onde foram presos Cristiano Norberto Mueller, o “Tiano” ou “Beiço”, 24 anos; a mãe dele, Maria da Luz Ferreira, 49 e a tia, Terezinha Aparecida Ferreira, 42. De acordo com o delegado, as denúncias apuradas pelo Serviço de Inteligência da Dinarc apontaram os três parentes como traficantes locais e com possível envolvimento em mortes na vila. “Sobre as mortes, repassamos os dados obtidos à Delegacia de Homicídios, que dará prosseguimento às diligências. São três mortes na Vila Trindade”, explicou Dib.

Nas residências das irmãs, os investigadores encontraram grande quantidade de objetos de procedência duvidosa, provavelmente furtados ou roubados e trocados por entorpecentes, conforme informou o policial. Foram aprendidos, além de pequena quantidade de drogas e cerca de R$ 500,00, punhais, facas, carimbos médicos, relógios, jóias, aparelhos de som, diversos CDs e câmeras fotográficas. A partir do reconhecimento dos objetos por parte das vítimas, a polícia espera encontrar subsídios para desvendar outros crimes praticados pelos presos e possíveis comparsas.

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Desde a prisão do trio, o Narcodenúncia (181) recebeu outras informações de crimes ocorridos na Vila das Torres, que estão sendo averiguadas. “Isso é importante. A população ganha confiança na polícia e repassa informações que nos ajudam a solucionar crimes”, explicou Dib. Entre as apreensões realizadas nas casas, algumas fotografias chamaram a atenção dos policiais. Nelas são mostradas grupos de jovens, adolescentes e até crianças, manejando armas de fogo, como exibição de poder. São amigos armados que simulam abordagens policiais, sempre se vangloriando da posse da arma. “São situações como essa que têm que acabar”, disse o delegado, enfatizando novamente que a Vila Trindade será “limpa” de traficantes.

Dib explicou que a partir de hoje serão intensificadas operações na Vila Trindade e depois na Vila Sabará. “Vamos bater forte contra o narcotráfico. Com operações dia e noite. A população vai ter papel principal (para o êxito do trabalho), repassando informações ao 181”, finalizou.

As informações dadas para o 181, aliadas ao trabalho investigativo dos policiais, são enviadas ao Serviço de Inteligência da Dinarc, onde é feito um mapeamento da área e o planejamento da ações. Depois de tudo devidamente estudado são deflagradas as operações.

Na CIC, preso outro traficante

Anderson da Cruz, mais conhecido por “Monstrinho”, 20 anos, foi preso no Conjunto Itatiaia, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), por policiais da Divisão de Narcóticos. Contra ele pesam 11 denúncias por envolvimento no tráfico de drogas, mas a razão de sua prisão foi estar de posse de um Ômega, tomado à força de um viciado que devia R$ 900,00 para ele. “A vítima tinha uma dívida de crack com o traficante. Não pagou, levou uns tapas e ainda teve seu carro levado. Foi quando nos procurou pedindo ajuda”, explicou Alfredo Dib Júnior.

O delegado contou que o detido agiu juntamente com o comparsa apelidado de “Nego”, que está sendo procurado. O detido foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e extorsão qualificada.

“Monstrinho” e o irmão dele, João Carlos da Cruz Rosa, o “Jesus”, 17 anos, já estavam sendo investigados pela Dinarc por envolvimento no narcotráfico, entretanto, “Jesus” foi assassinado no mês passado, na Rua Dari Vargas, Jardim Itatiaia. Ele está entre as vítimas da guerra deflagrada na Vila Nossa Senhora da Luz, entre gangues que disputam pontos de tráfico. Segundo apurado, três gangues estão em conflito naquela região. A polícia já conseguiu identificar integrantes, prender alguns traficantes e continua o trabalho investigativo.

Quem tiver informações que possam ajudar a localizar traficantes e envolvidos com o narcotráfico deve ligar para o número 181 (Narcodenúncia). Não é preciso se identificar.

Distribuidor de Pinhais em cana

Cleberson dos Santos, o “Pardal”, 23 anos, foi preso por policiais da delegacia de Pinhais na Rua Gastão Luís Crulls, Bairro Alto, quando estava visitando familiares, em Curitiba. Ele é suspeito de envolvimento nas mortes de Cristiane Gomes de Souza (em 5 de setembro deste ano) e Rosinéia Ramalho de Souza (em 20 de agosto). “Pardal”, que é conhecido da polícia por ser um dos grandes distribuidores de drogas no Bairro Alto e em Pinhais, estava com mandado de prisão decretado pela Justiça, após ser incriminado por um outro distribuidor da região, Antônio Sérgio Rodrigues, o “Seco”, que está preso em Pinhais. Apesar das acusações, “Pardal” nega envolvimento na morte das mulheres e diz que apenas lida com drogas.

Fuga

Após a prisão de “Seco”, “Pardal” fugiu do Bairro Alto, onde comercializava entorpecentes para o traficante Marcos Antônio Pirrotti, o “Marcão” – ainda foragido – e foi se esconder na cidade de Dois Vizinhos (PR). Retornou para Curitiba no último fim de semana e acabou preso. Em seu interrogatório, afirmou que “Seco” seria o responsável pela morte das mulheres a mando de “Marcão”, porque elas estavam em dívida com o tráfico, conforme explicou o delegado Gerson Machado.

Os dois vão dividir a mesma carceragem e já possuem rixas antigas. Após a prisão de “Seco” que era o gerente de vendas de drogas, “Pardal” assumiu o lugar.

Apesar de jovem, disse que trabalha para o tráfico há oito anos. Afirma ser viciado em crack e que recebia em torno de R$ 50,00 por dia e mais algumas pedras para manter o vício. O delegado espera esclarecer o caso das mulheres assassinadas com a prisão de “Marcão”, que é apontado como o mandante do crime. Quem tiver informações sobre o paradeiro do foragido deve entrar em contato com a delegacia pelo telefone 667-1598.

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