Depen nega caos em Catanduvas

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) negou, ontem, as informações de um possível caos no Presídio Federal de Catanduvas, oeste do Estado. A situação foi apontada em reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, que descrevia um relatório interno do serviço de inteligência da Polícia Federal. Segundo a reportagem, o clima dentro da penitenciária é tenso devido a conflitos entre agentes penitenciários – alguns dos quais teriam antecedentes criminais – e a direção do presídio.

Outro agravante apontado pelo relatório seriam falhas de segurança, como o não-funcionamento de parte das câmeras de vigilância e microfones de lapela (para gravar possíveis conversas entre presos e agentes), ausência de plano de contingência para rebeliões e incêndios e registro de atendimento de celulares em áreas proibidas. O Depen, por sua vez, rebate as acusações, justificando estarem embasadas em dois relatórios, um de agosto e o outro de novembro de 2006, os quais não refletiriam a realidade atual na unidade -que já estaria com planos em dia, todos os equipamentos funcionando e nenhum registro de entrada de aparelhos celulares.

Segundo a assessoria de imprensa do departamento, o conflito entre agentes e diretoria não existe. A reportagem descreveu uma disputa interna ?motivada pela decisão do Ministério da Justiça de vincular os agentes ao Depen e colocar homens da Polícia Federal nos dois principais cargos de chefia da cadeia – chefe de segurança e diretor?. O choque entre os órgãos teria resultado em insubordinação dos agentes contra o dirigente da unidade, o delegado aposentado da PF Ronaldo Urbano.

Comprometimento

O relatório daria conta que, dos 239 agentes contratados, onze respondem a crimes como tráfico de drogas, homicídio e atentado violento ao pudor. Além disso, o traficante Fernandinho Beira-Mar estaria influenciando outros detentos com contratação de advogados e provimento de moradia e transporte para seus familiares em Cascavel. O Depen responde que, quando da contratação dos agentes, não havia exigência de investigação dos antecedentes, mas que proposta nesse sentido tramita no Senado para apreciação. Diz, também, que Beira-mar está isolado e nega sua influência dentro do presídio. (LM) 

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