Nem a polícia está livre dos marginais. No início da tarde de ontem, o delegado Marcus Vinícius Michelotto, titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), grupo de elite da Polícia Civil, por pouco não perdeu a vida durante um assalto. Ele foi abordado por um marginal quando parou em um sinaleiro da Avenida Silva Jardim, no Batel. O local é “point” de marginais que costumam atacar motoristas para levar carteiras e relógios. No caso do delegado, o alvo foi o relógio.
Michelotto estava parado no sinaleiro, com uma viatura policial Blazer, descaraterizada, quando o marginal se aproximou da porta do motorista e com a arma em punho ordenou que Michelotto entregasse o relógio. O delegado obedeceu, mas, assim que o marginal correu, ele desceu do carro e gritou: “polícia”. O bandido se virou e puxou o gatilho. Disparou dois tiros que, por pouco, não acertaram o delegado. Para salvar a vida, Michelotto se jogou no asfalto. Depois correu atrás do bandido. Durante a fuga, o assaltante jogou o relógio no chão e conseguiu escapar. “Não atirei porque ele correu entre os carros e haviam muitas pessoas no local”, explicou Michelotto.
Relógios
O delegado Rubens Recalcaltti, titular da Delegacia de Furtos e Roubos, informou que já está investigando um marginal que atua nas proximidades do Shopping Curitiba. “Ele age sozinho. Quando o vidro do carro está fechado, ele bate com a arma e obriga a vítima abrir e entregar os pertences”, salientou Recalcatti. Ele lembrou que este é o segundo caso envolvendo delegados de polícia na região. Há três meses, um delegado que passava pelo local viu um sujeito abordando uma vítima. O policial parou e deu voz de prisão ao marginal, que correu e jogou a carteira da vítima pelo caminho. Em seguida embarcou em uma motocicleta da marca BMW. “A carteira que ele tinha roubado era falsa. Algumas pessoas costumam andar com bolsas e carteiras falsas, contendo apenas papéis, para entregar a marginais no momento do assalto”, explicou Recalcatti.
Outro
Na madrugada de sexta-feira passada, o delegado Vinícius José Borges Martins, 40, titular da delegacia de Cerro Azul, reagiu a um assalto e matou um dos marginais. O policial trafegava com seu veículo particular, pela Avenida Água Verde, próximo ao cemitério, quando foi fechado por dois ocupantes de uma Saveiro, furtada minutos antes. Os bandidos ordenaram que o policial passasse para o banco de trás. Martins reagiu e matou um deles. O outro conseguiu escapar após bater o carro contra um poste de iluminação pública.