Delegado dá sua versão para tiroteio no Parolin

O delegado Gerson Melo Runpfe, envolvido no tiroteio que resultou na morte de um catador de papel, no fim da tarde de sábado, no Parolin, prestou depoimento ontem na Delegacia de Homicídios.

Ele explicou que foi até o local, porque um conhecido deixou uma motocicleta como garantia de pagamento de drogas e era ameaçado de morte por traficantes. Ao perceber que o homem foi cercado e agredido, Gerson tentou impedir o linchamento e interveio na confusão.

No tiroteio, Luiz Adilson Neves, 36 anos, foi baleado e morreu na hora. Gerson foi atingido de raspão na cabeça e o filho dele foi ferido na perna. A perícia irá confirmar se os tiros que mataram o catador de papel foram disparados pelo delegado.

Multidão

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Gerson, que está lotado na Corregedoria da Polícia Civil, acompanhou o conhecido para registrar o tráfico no Parolin.

Assim que chegou, o conhecido dele foi cercado por cerca de 20 pessoas. O delegado tentou protegê-lo e teve a arma tomada. Seu filho, que estava no carro, foi retirado do veículo e baleado na perna. Gerson conta que conseguiu retornar ao carro e pegar a arma reserva, que usou para dispersar o grupo.

“Aconteceu uma confusão e para reaver minha arma foram efetuados vários disparos. Não sei exatamente quem atirou em quem. Tudo isso será desvendado durante a investigação”, declarou Gerson.

Perícia

A viatura descaracterizada em que eles estavam foi periciada, no pátio do hospital, pelo Instituto de Criminalística, e foi constatado um tiro na traseira e marcas de mãos na lataria. As duas armas do policial serão submetidas à perícia.

O catador de papel contava com antecedentes criminais por porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo, em Antonina, no litoral do Estado, e estavam em liberdade provisória desde 1.º de dezembro.

Gerson, que foi acusado por moradores de ter ido ao bairro para comprar drogas, se prontificou a passar por exame toxicológico. Ele está há quase 30 anos na Polícia Civil e nunca teve processo contra si.