Foz do Iguaçu

Crise econômica afeta até o contrabando

A crise financeira mundial e a intensificação na fiscalização estão fazendo com que a movimentação na fronteira do Brasil com o Paraguai diminua e intimidando até mesmo os contrabandistas.

Para se ter uma ideia dessa constatação dos auditores da Receita Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, em fevereiro deste ano todos os produtos apreendidos pelo órgão totalizaram US$ 4.595.982,00, 32% menos do que no mesmo período do ano passado. Já no ano, a quantidade caiu 38%: segundo a Receita, nos dois primeiros meses de 2009 foram contabilizados US$ 8.278.648,00 em mercadorias.

Dessa forma, o número de pessoas que circulam na fronteira também vem caindo significativamente. Os dados da Receita apontam que em fevereiro do ano passado circularam pela aduana 72.372 pessoas.

No mesmo mês deste ano, foram 50.543. Mesmo nos sábados, dia da semana no qual é registrado o maior movimento na fronteira, o movimento diminuiu. Enquanto em 2004 – quando as fiscalizações começaram a ser intensificadas – a aduana chegava a receber até 15 mil pessoas em um dia.

Hoje esse número não passa de cinco mil, segundo a Receita. A explicação para toda essa queda, segundo a auditora e porta-voz da Receita em Foz, Christiane Larcher, está não só no trabalho dos auditores, policiais federais e militares, mas sim na crise financeira mundial.

“Prova disso é que nem mesmo quando o dólar estava no seu mais alto patamar o movimento não diminuiu tanto”, comentou. Das apreensões realizadas este ano, a maior parte foi de veículos, seguidas pelos cigarros e, em terceiro lugar, de mídia ótica virgem.

A maior queda no valor de produtos apreendidos em fevereiro – comparando com fevereiro do ano passado – ocorreu nos produtos de informática (-64%). Em seguida ficaram as bebidas (-57%) e a mídia ótica gravada (-53%).

Além disso, também foram apreendidos brinquedos, eletrônicos, perfumes, frascos de lança-perfume, relógios, roupas, cerca de 62 quilos de maconha, um quilo e meio de cocaína e 400 munições.

Segundo Christiane, grande parte das apreensões – perto de 80% – não acontecem nas aduanas, mas em outros locais, como estradas, hotéis, depósitos, postos de combustível, rodoviárias, entre outros locais.

“Também temos um outro fator que contribui para a diminuição aqui em Foz, que é a migração do contrabando para outras cidades, como Guaíra (também no oeste do Paraná) – e Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul”, comentou a auditora.