Corpo mutilado de mulher é encontrado em Quatro Barras

Velas e fitas coloridas, bebidas, frutas e galinha preta. No meio de tudo, o corpo da zeladora Marta Munhoz da Silva, 33 anos, já em estado de decomposição. Ela estava desaparecida há 23 dias.

A cena, que lembrava um ritual de magia negra, estava montada no mato, à margem da BR-116, na altura do quilômetro 275 (Contorno Leste), em Quatro Barras. Uma senhora, que precisava urinar, pediu para o marido parar o carro na rodovia e entrou no matagal, às 12h30 de sábado, quando encontrou o corpo. O casal avisou a polícia.

A vítima estava com o rosto desfigurado e o peito aberto, como se suas vísceras tivessem sido arrancadas. Vestia calça preta e sutiã branco. O corpo pode ter sido atacado por animais ou ter sofrido ação humana. ?É possível que tenham tentado arrancar algum órgão interno dela?, comentou um policial que deu atendimento ao caso.

A causa da morte deverá ser diagnosticada pelo Instituto Médico-Legal, que fez o recolhimento do cadáver somente às 17h15.

Desaparecimento

O marido de Marta, o taxista Joel Teodoro da Silva, contou que no dia 24 o casal – morador na Rua Toledo, Jardim Cristina I, em Colombo – saiu de motocicleta para trabalhar. Como era costume, Joel deixou a mulher na lanchonete em que ela trabalhava, no Bacacheri, e seguiu para apanhar o táxi. Marta trabalhou normalmente e saiu da lanchonete aos 40 minutos da madrugada do dia 25. Apanhou o ônibus para casa e desceu no ponto próximo à residência, à 1h50. Depois disso, não foi mais vista.

?A última pessoa que viu minha mulher foi o motorista do ônibus. Como ela sempre pegava o mesmo o ônibus, era conhecida?, disse o marido.

Joel trabalhou até as 8h do dia 25 e foi para casa. Ao chegar, as filhas já tinham saído para a escola e a mulher não estava. Como Marta às vezes aproveitava para pagar contas no período da manhã, Joel foi dormir sem se preocupar. Somente quando a filha de 11 anos chegou do colégio e foi acordá-lo para perguntar sobre a mãe é que descobriu que alguma coisa estava errada. Levei um susto. Liguei para o celular dela, mas não atendia. Comecei a ficar preocupado?, lembrou Joel.

Desesperado, ele a procurou em hospitais e até no Instituto Médico-Legal (IML). Registrou o boletim de desaparecimento na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo. Na manhã de domingo ele ouviu em um programa de rádio que o corpo de uma mulher, sem identificação, havia sido encontrado e se dirigiu até o IML, onde confirmou, através das roupas, que o cadáver era de Marta.

Investigações

O misterioso caso está sendo investigado pela delegacia de Quatro Barras. Ainda não se sabe como a mulher foi assassinada nem os meios usados pelos criminosos. A polícia aguarda o laudo de necropsia. Até ontem, o corpo continuava recolhido no IML, porque não tinha sido possível fazer a identificação, devido ao estado de decomposição.

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