Cadeia!

Coordenadora de ONG conviveu mais de um mês com o seu assassino

A coordenadora da ONG EquiGymni, Claudia Maria Bighetti, 47 anos, conviveu mais de um mês com o próprio assassino em uma chácara em Contenda. Diego Paulino Jucoski, 32, suspeito de matá-la com uma faca de cozinha e golpes de tesoura de jardinagem foi preso no sábado (07) no Terminal Guadalupe, após a divulgação da imagem dele pela polícia.

Claudia foi assassinada no dia 21 de outubro em uma chácara da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), onde morava e desempenhava um trabalho com cavalos para auxiliar crianças com dificuldades motoras. O corpo dela foi encontrado quatro dias depois, em estado avançado de decomposição.

Segundo o delegado de São José dos Pinhais, Michel Carvalho, Diego era viciado em álcool, maconha e crack. Ele foi demitido do último emprego, em um açougue, por causa do vício. Foi o ex-patrão dele quem falou sobre Claudia e que ela poderia ajudá-lo em sua reabilitação.

Diego foi morar na chácara, onde auxiliava Claudia com os cavalos e outras atividades. No começo, de acordo com o que Diego relatou à polícia, a convivência entre os dois era tranquila. Com o passar das semanas as brigas surgiram, por causa de críticas da coordenadora sobre a falta de higiene e desorganização do rapaz.

Durante o tempo em que morou em Contenda, Diego não deixou de usar entorpecentes, disse o delegado. Ele afirmou aos policiais que não teve nenhum tipo de relacionamento amoroso com Claudia e que tinha uma namorada.

No dia do crime, Diego e Claudia tomavam café, quando houve uma nova discussão. Ele tinha usado drogas e comentou que “ficou tudo preto”. A faca usada para matar a mulher chegou a entortar. Para garantir que ela iria morrer, ele ainda teria dado os golpes com a tesoura de jardinagem. O assassino fugiu com o carro da vítima, que foi abandonado no Centro de Curitiba.

Prisão

As impressões digitais deixadas no local do crime foram determinantes para a polícia chegar à autoria. Na quinta-feira (05) a imagem de Diego, apontado como suspeito do assassinato da coordenadora, foi divulgada pela Delegacia de São José dos Pinhais.

Michel afirmou que Diego costumava se esconder em clínicas de reabilitação. Ao chegar em um desses locais, no bairro Uberaba, os policiais souberam que ele tinha dormido ali e comentado sobre o crime com uma testemunha. Ele contou ainda que estava perambulando no Centro da cidade, entre pensionatos baratos.

No sábado a Polícia Militar recebeu denúncia de que uma pessoa com as características de Diego estava no Terminal Guadalupe. Ele foi abordado e constatado que constava contra ele um mandado de prisão. Diego está preso no Centro de Triagem da Polícia Civil.

Ex-mulher

Diego respondia em liberdade pelo assassinato de Fabiana de Gracia Buchuk Cordeiro, 20 anos, em outubro do ano passado, no Boqueirão.

A moça era ex-mulher dele e estava grávida. Ela levou mais de 20 facadas. “Chama a atenção que os dois crimes foram em outubro, as vítimas mortas a facadas e, nos dois casos, ele não teve preocupação de arrumar os locais e as facas foram deixadas ao lado dos corpos”, disse Michel.