Ciganos foram apontados como responsáveis pelo crime

Nilza Monteiro recorda que na terça-feira, Camila Michel, namorada de Pero Theodoro, apareceu no mercado para comprar produtos de limpeza, alegando que “tinha que fazer uma grande limpeza” na casa em que o namorado morava. Ela também pediu sacos de lixo resistentes e grandes. No dia seguinte, Giovanna foi encontrada morta dentro de um saco semelhante ao que Camila comprou no mercado.

Depois que o corpo de Giovanna foi encontrado no terreno baldio, as suspeitas recaíram sobre os ciganos. A perícia encontrou sangue humano no carro de Pero, apesar de ele ter lavado o veículo depois do crime. Eles foram os únicos do bairro a deixar a região no dia em que a menina foi encontrada morta. A perícia confirmou que o interior da casa dos ciganos foi lavada com água sanitária, impedindo encontrar vestígios de sangue. No dia 17 do mesmo mês, roupa e sandália de Giovanna foram encontradas no terreno baldio, ao lado da casa dos ciganos.

No dia 20, Pero foi preso por uso de documento falso. Ele foi solto seis dias depois. No dia 11 de maio, a família dos ciganos foi despejada pela imobiliária. Na tarde do dia 25 de maio os dois foram presos em Araçatuba, interior de São Paulo. Também estaria envolvido no caso o vendedor autônomo Renato Michel, pai da adolescente de 16 anos (na época), Camila Michel, namorada de Pero, também acusada. Renato foi preso e depois colocado em liberdade.

Mentes criminosas

Cristina, mãe de Giovanna, não têm dúvidas: “Para mim foram os ciganos que mataram a minha filha”, diz ela. “A roupa dela foi encontrada ao lado do muro da casa deles”, diz Altevir, para acrescentar: “Deus é nosso advogado. Só Ele sabe o que vai acontecer”. Exame de necropsia feito pelo legista Carlos Alberto Batista Peixoto revelou que os assassinos introduziram na vagina da garota um objeto cilíndrico com ponta irregular que dilacerou o períneo, provocando hemorragia. Quando o legista examinou o cadáver concluiu que “todos os órgãos estavam pálidos. Não tinha sangue algum. Ele foi jorrado porque o coração ainda funcionava enquanto ela foi torturada”.

A tese da polícia incorporada pelo Ministério Público é a de que o sangue da menina foi recolhido para um ritual de magia negra, durante o qual ela foi morta. Ainda a favor da tese de que foram os ciganos os autores do crime existe a evidência de um envelope com o nome de Giovanna dos Reis Costa encontrado na casa em que os ciganos moravam em Curitiba. Os acusados não confessaram o crime. Na casa em que moravam em Quatro Barras ainda foram encontradas uma pequena imagem do demônio, um sapo embalsamado e um vidro com uma cobra, além de outros objetos bizarros, como caveira, olho de animal e cabelos humanos.