Caso Giovanna segue na Justiça

Como em um baralho cigano, as cartas estão na mesa e muito bem embaralhadas. Tirá-las uma a uma para chegar à verdade sobre o brutal assassinato de Giovanna dos Reis Costa, 9 anos, será um trabalho árduo tanto para a acusação quanto para a defesa dos principais acusados do crime. Se, de um lado, o promotor de justiça Octacílio Sacerdote Filho afirma que os ciganos Vera Petrovitch, Pero Petrovitch, Renato Michel e uma adolescente de 16 anos cometeram o crime durante um ritual macabro, de outro, o advogado Cláudio Dalledone promete derrubar as acusações e provar a inocência deles. Com a conclusão do inquérito policial, denúncia acatada e defesa prévia entregue à Justiça, começa agora um duelo de ?verdades?.

Hoje, promotor e advogado se encontram no Fórum de Campina Grande do Sul, durante o interrogatório de Renato Michel, que não foi ouvido na fase processual.

Ele está em liberdade por força da revogação da sua prisão preventiva. Ao contrário de Pero e Vera, que, instruídos pelo advogado, reservaram-se o direito de ficar em silêncio, quando foram interrogados em 1.º deste mês, Renato deverá responder todas as perguntas feitas pela juíza Paula Priscila Candeo Haddad Figueira. ?Como eu não estava inteirado do processo quando Pero e Vera foram interrogados, os instrui a não responderem as perguntas, para que não fossem prejudicados. Agora, Renato irá responder a tudo o que for questionado. Não há provas suficientes contra meus clientes e todas as acusações cairão por terra?, afirmou Dalledone.

Busca de provas

O promotor acredita que, como Michel estará orientado, ele negará qualquer participação no crime.

No próximo dia 2, Vera e Pero e as testemunhas de acusação serão interrogados e, enquanto isso, defesa e acusação correm em busca de novas provas. ?Colchões, roupas, toalhas e outros objetos que foram recolhidos na casa de Vera e da filha dela foram encaminhados ao laboratório da Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Esperamos que sejam encontrados vestígios de sangue ou digitais que comprovem a participação deles no crime. Estes objetos foram periciados em Curitiba, mas os resultados foram inconclusivos pela falta de equipamentos adequados. Restam ainda outras escutas telefônicas que estão sendo degravadas e que podem incriminá-los?, disse o promotor.

Em contrapartida, Dalledone já pediu novas diligências à juíza. Ele afirma que não é sangue humano o líquido marrom encontrado em uma garrafa plástica na casa da filha de Vera. Dalledone também pediu para a juíza autorizar a análise mais minuciosa do saco de lixo em que o corpo de Giovanna foi encontrado, a ser feita pelo engenheiro químico da empresa Focasa. ?No processo consta que o saco plástico é o mesmo vendido no mercado de Quatro Barras e que meus clientes o compraram com o propósito de colocar o corpo da menina. Quero saber pelo engenheiro químico se é realmente o mesmo saco e quais são os mercados da região que revendem esse produto. Vou contestar todos os indícios pois, até agora, não apareceram provas concretas da participação dos meus clientes no crime?, finalizou o advogado.

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