Cartão bancário na mira dos bandidos

De forma muito simples, ladrões facilmente vêm burlando os mais sofisticados sistemas bancários, para roubar informações e lesar clientes. Além dos já conhecidos golpes pela internet, o uso do ?chupa-cabra?, instalado nos caixas automáticos, resurgiu nos últimos meses.

Quem deixou de fazer operações online, com medo de ser enganado por um hacker, tem de tomar cuidado também com o terminal eletrônico.

Não há região ou banco preferidos pelos bandidos.

Em vários bairros e agências, a polícia vêm recolhendo os ?chupa-cabras?. E até mesmo clientes antigos estão caindo no golpe.

Rapidez

O delegado Miguel Stadler, titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), revela que os sistemas fraudulentos não ficam instalados nos caixas mais que um dia. Permanecem poucas horas, às vezes, questão de minutos, o suficiente para copiar dados de dois ou três clientes. Estatísticas do Cope também revelam que os golpes acontecem com mais freqüência em inícios de mês, quando o volume de movimentações financeiras é maior. A preferência pelos finais de semana e feriados também é grande, pois os bandidos vêem a oportunidade de instalar e retirar os sistemas sem serem vistos.

Um rapaz, que foi detido em maio, instalando um ?chupa-cabra?, no Bradesco da Avenida Brasília, Novo Mundo, revelou à polícia que o circuito eletrônico é facilmente encontrado em São Paulo por R$ 12 mil.

De acordo com Stadler, um dos casos atendidos pelo Cope que mais chamou atenção foi o de uma vítima que teve R$ 11 mil sacados de sua conta em cinco dias. As movimentações foram todas feitas em outros estados. O delegado diz que é um direito do cliente ter o dinheiro ressarcido pelo banco, visto que é uma falha dos sistemas de segurança da instituição.

Escondido e perigoso

O ?chupa-cabra? consiste em um circuito eletrônico instalado num painel exatamente igual ao do caixa eletrônico. Mas não é todo o painel do terminal que é imitado. Apenas a parte onde está o leitor de cartão. Ele é colado em cima do leitor original com fitas dupla face e colas de alta adesividade. Atrás deste falso painel está um sistema eletrônico simples e pequeno, dotado de um chip e pilhas.

Quando o cliente insere o cartão na leitora, o sistema do banco lê os dados do cartão magnético. O ?chupa-cabra? também faz essa leitura, porém armazena os dados do cliente no chip. Mais tarde, o estelionatário volta ao local, retira o aparelho, passa as informações para um computador e as grava em outro cartão magnético. Em alguns sistemas, também são implantadas câmeras, que ficam viradas para o teclado filmando o cliente digitar sua senha.

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