Cargas de soja são alvos de marginais

Dezenas de quilos de soja espalhadas ao lado da linha férrea na Vila Terra Santa, Tatuquara, têm chamado a atenção da polícia e causado um grande prejuízo à ALL (América Latina Logística). A nova prática de furto de grãos vem crescendo nos últimos tempos e está sendo combatida pelas policias Civil e Militar. No final da noite de quarta-feira, três irmãos foram presos e autuados pelo delegado Carlos Mastronardi, do 13.º DP (Tatuquara) por furto. Com eles foi aprendido um caminhão carregado com 42 sacas de soja, que haviam sido furtadas de um vagão de trem que fazia seu percurso até Paranaguá carregado com o produto. A prisão foi realizada na BR-116, quando o caminhão foi abordado pela PM.

De acordo com o superintendente Edgar, os irmãos Mauro José, 30 anos, Luiz Fernando, 28, e Jeferson Miguel Piontekievicz, 26, estavam transportando a mercadoria furtada para a cidade onde residem, Mandirituba, quando foram apanhados em flagrante. Os presos alegaram que haviam sido contratados por um tal de Luiz para fazer apenas o transporte e receberiam por isso 30 reais. A história não convenceu os policiais, que vão dar continuidade às investigações. “Os detidos não precisariam de 30 reais pois trabalham na serralheria da família. Acreditamos que eles talvez ajam como receptadores”, contou Edgar.

Golpe

Segundo a polícia, há algum tempo está ocorrendo o furto e desvio de grãos de milho e soja que são transportados pelos vagões da ALL. A empresa, inclusive, já registrou vários boletins de ocorrência, no 13.º DP, informou Edgar. Devido ao grande número de vagões que circulam pelos trilhos que cortam a Vila Terra Santa, é muito difícil exercer uma fiscalização eficaz. O superintendente explicou que muitos moradores da região, principalmente menores, utilizam o furto de cargas de grãos como modo de sustento.

A prática do furto da carga é visível. Pela extensão dos trilhos que cortam a vila é possível encontrar quilos e quilos de grãos espalhados pelo chão. Segundo o policial, como nem toda a carga que “despenca” dos vagões é retirada, os grãos que ficam caídos apodrecem pela exposição ao tempo e trazem mau cheiro ao local. “Isso é outro problema que também está incomodando os moradores da região”, completou.

Segundo Edgar, o furto da carga é muito fácil de ser feito e vem ocorrendo com certa constância. O Terra Santa é um trecho de manobras das máquinas. Os indivíduos sobem nos trens que estão em movimento e soltam alguma espécie de alavanca que abre as portas dos vagões. Toda a carga de grãos que é colocada a granel começa a escorrer para fora deles ficando o produto esparramado pelo chão, pronto para ser retirado e ensacado pelos ladrões. Como a composição é muito grande, normalmente o maquinista não consegue perceber que um dos vagões foi aberto e prossegue viagem.

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