Buraco na cadeia suspende as visitas

Parentes dos presos recolhidos na cadeia do 3.º Distrito Policial (Mercês) revoltaram-se ontem, ao saber que as visitas e entregas de alimentos e objetos pessoais haviam sido suspensas por 30 dias. O motivo da suspensão foi uma tentativa de fuga ocorrida na manhã de domingo.

Policiais da DP descobriram, anteontem, que os presos estavam cavando um buraco através do "boi" (vaso sanitário instalado no chão da cadeia), em uma das galerias, onde estão recolhidos 64 detentos. Os presos já haviam retirado do local cerca de sete carrinhos de terra.

O delegado Carlos Castanheiro, titular do distrito, confirmou a suspensão das visitas e a entrada de alimentos trazidos por familiares. "Esta medida é tomada por questão de segurança, pois os presos que estavam na galeria ficam recolhidos no solário, temporariamente, para o conserto do buraco", disse Castanheiro.

Superlotação

Além de contestarem a decisão do delegado de suspender a visita sem avisar previamente, os parentes também estavam indignados com o problema da superlotação da cadeia. "Tem 218 presos aí dentro, em um local onde cabem apenas 40", disse a mulher de um detento preso por tráfico. "Agora, com esta suspensão a gente não fica sabendo o que está acontecendo", acrescentou. "Isto é um depósito. Ali dentro (do xadrez) tem gente, não tem bicho", desabafou a mãe de um preso, também acusado de tráfico. (VB)

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