Bebê sofre nova necropsia

Depois de permanecer por três meses no necrotério do Instituto Médico-Legal (IML), o corpo do bebê de sete dias – filho do casal Nilson Moacir Oliveira Cordeiro, 33 anos, e Any paula Fasollin, 29 – sofreu novos exames de necropsia. Ontem, ele foi examinado por outros dois médicos, especialistas em patologia e proctologia. Nilson e Any estão presos sob a acusação de terem praticado atos libidinosos – seguido de morte – com o filho.

A partir das dúvidas que surgiram quanto à causa da morte da criança, o juiz da 2.ª Vara Criminal, responsável pelo caso, solicitou ao IML dois novos laudos de necropsia. De acordo com o órgão, os resultados dos exames devem ser concluídos nos próximos dias. O primeiro laudo apontou que o recém-nascido foi vítima de infecção generalizada causada pela introdução de um objeto contundente de ponta-romba arredondada (como um ou mais dedos, pênis humano ou objeto similar).

A pedido dos advogados Nilton Ribeiro de Souza e Luciano Nei Cesconetto, médicos especialistas em pediatria e medicina legal elaboraram um novo parecer sobre a morte da criança. A partir da análise de nove fotografias, tiradas quatro horas antes da morte do recém-nascido, a junta médica concluiu que o bebê foi vítima de uma doença rara chamada Síndrome de Fournier, descartando a hipótese de atentado violento ao pudor. O IML alegou que, para a síndrome se manifestar, é necessário uma "porta de entrada" no corpo para a ação dos microorganismos, como uma fissura no reto causada pela introdução de um objeto. Porém, o órgão espera verificar o parecer elaborado pelos especialistas para emitir uma opinião sobre as conclusões feitas pela junta médica.

No documento, os médicos levantam a possibilidade de a criança ter deixado o Hospital Mater Dei, onde nasceu, já doente. A diretoria do hospital foi procurada pela Tribuna, mas até a noite de ontem não havia se manifestado sobre o caso. Com base no documento, os defensores pretendem tirar o casal da cadeia, uma vez que, na última terça-feira, ele foi entregue ao juiz, junto com um pedido de liberdade provisória. A defesa receberá uma resposta depois que a autoridade judicial e o Ministério Público derem um parecer sobre o caso.

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