Anunciar carros ?clonados? com preço de mercado é o novo golpe que uma quadrilha estava aplicando nos curitibanos. Para não levantar suspeitas, eles anunciavam o veículo pelo preço normal e, no momento da venda, faziam um desconto que variava entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. O delegado Itiro Hashitani, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, acredita que os quadrilheiros estão agindo na cidade há pelo menos seis meses. Um deles, João Batista de Almeida, 41 anos, foi preso. O outro homem, identificado como Artaxerxes Ferreira de Quevedo está sendo procurado.
A farsa foi descoberta no início deste ano. No dia 15 de janeiro, os golpistas anunciaram no classificado de um jornal o Fiat Brava, ano 2000, pelo valor de R$ 18.900,00 e forneceram um telefone celular para contato. Uma pessoa se interessou e entrou em contato com o vendedor, que levou o veículo até um local previamente combinado. Na negociação, o vendedor ainda deu um desconto, alegando que precisava vender o carro rápido, pois precisava de dinheiro para pagar algumas dívidas. Com o documento de transferência do Fiat Brava nas mãos, a vítima se despediu. Dias depois, levou o carro até um despachante, que desconfiou que estava adulterado e encaminhou o comprador do veículo à DFRV. Ao vistoriarem o Fiat Brava, os policiais confirmaram as suspeitas. Com o relato da primeira vítima, os investigadores iniciaram os trabalhos e começaram a monitorar os classificados do jornal. No dia 12 de fevereiro, foram publicados dois anúncios, um de um Golf 2001, no valor de R$ 26 mil; e outro de um Gol Power 2003. Eles chamaram a atenção, por ter apenas um telefone celular para contato, apesar dos números serem diferentes. os investigadores resolveram entrar em contato e demonstraram interesse. Pelo telefone, o vendedor se propôs a levar o carro até o local. Assim, que João chegou, eles vistoriaram o Golf e descobriram que o carro foi tomado em assalto em São José dos Pinhais, no ano passado, e o documento roubado do Ciretran de Loanda (PR). Imediatamente deram voz de prisão. Levado à DFRV, João foi autuado em flagrante por receptação.
Na seqüência das investigações, os policiais apuraram que um dos comparsas de João morava numa residência no Cajuru. Na casa, encontraram documentos em nome de João Luiz Lopes, que na verdade se chama Artaxerxes Ferreira de Quevedo. ?Este homem foi quem vendeu o Fiat Brava para a vítima, segundo reconhecimento fotográfico?, disse o delegado. Ele acredita que provavelmente o Gol Power estava sendo negociado por Artaxerxes. Ainda na residência, foi apreendido um pedaço de papel com o modelo de dois novos anúncios de veículos, que deveriam ser publicados no próximo domingo.