Bandido se diz justiceiro

Durante o interrogatório realizado ontem, na delegacia do Alto Maracanã (Colombo), Anderson Dorcelino Antunes Machado, 19 anos, o "Nego Black", considerado um dos bandidos mais perigosos da região, confessou ter assassinado o sargento do Cindacta II José João Pirog, 46 anos, por vingança. Ele é acusado de ser o autor de pelo menos outros nove homicídios, entre eles o do policial civil Getúlio Camargo, ocorrido no último dia 18 de março.

Segundo o escrivão Ari Osvaldo Cortiano, "Nego Black" contou que no dia 27 de abril acordou às 6h da manhã e foi até a mercearia do sargento. Quando este chegou, ele o matou com três tiros. O motivo seria vingança, uma vez que há alguns anos a vítima teria atirado contra ele. "Nego Black" também confessou ter assassinado outros oito homens na região do Alto Maracanã. Destas, sete vítimas seriam assaltantes que agiam no município. "Eles roubaram a casa da minha mãe, assaltavam as pessoas no ponto do ônibus e arrombavam casas dos moradores. Não admito que roubem de pobre. Eles deveriam praticar os assaltos no centro", argumentou.

Além de ser conhecido pela prática de vários homicídios, "Nego Black" também é acusado de roubar dezenas de carros em Curitiba. Ele confessou que comete o delito desde os 14 anos, chegando a levar até quatro veículos por dia. "Não sei quantos carros já roubei, mas foram muitos. Eu não os revendia, nem os desmanchava. Roubava apenas para dar umas voltas", contou. Segundo o superintendente da delegacia local, Job de Freitas, "Nego Black" é um marginal de alta periculosidade, conhecido por agir com muita frieza. "Nós pedimos a remoção dele com urgência para o sistema penitenciário", contou.

O marginal foi preso por Pms, na tarde de terça-feira, depois de roubar um carro no Centro Cívico. Forneceu nome e idade falsos, sendo reconhecido ao chegar na delegacia de onde fugiu no mês passado. "Nego Black" já esteve preso por porte ilegal de arma, roubo e porte de drogas. Apesar de sua extensa ficha criminal e das acusações que pesam sobre ele, garante: "Eu não sou tudo isso que estão falando".

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