Investigação

Assassino de Wilson Bueno levou provas do local do crime

A Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) está em busca de pistas que levem ao assassino do jornalista e escritor Wilson Pinto Bueno, 61 anos, encontrado morto, no início da noite de segunda-feira, na casa onde morava na Rua Edmundo Alberto Mercer, bairro Tingui, em Curitiba.

Segundo a polícia, Wilson foi morto com golpes de uma arma branca no pescoço e caiu em frente ao seu computador no escritório, no segundo andar do sobrado. De acordo com o delegado Silvan Rodney Pereira, o crime foi configurado como latrocínio porque dois celulares e uma máquina fotográfica foram roubados da casa da vítima, provavelmente por conterem dados sobre o assassino.

“A principal hipótese é que o assassino levou os aparelhos para dificultar o trabalho da polícia, tanto com relação as chamadas feitas e recebidas quanto imagens na máquina fotográfica”, explicou.

O escritor morava sozinho. Ontem pela manhã, uma equipe da DFR retornou ao local para tentar obter mais informações que levem à autoria do crime. Vizinhos contaram à polícia que Wilson foi visto chegando acompanhado em casa na noite de domingo, por isso não havia sinal de arrombamento na porta.

“A investigação vai iniciar pelos familiares e pessoas do relacionamento para traçarmos um perfil da vítima e também de uma forma cronológica, investigando os minutos, as horas e os dias anteriores ao crime”, contou o delegado.

Uma pista relevante, segundo o delegado, é uma folha de cheque, assinada e nominal a uma pessoa, encontrada no local do crime. “O cheque está preenchido com o valor de R$ 130,00. Já temos informações sobre a pessoa que receberia essa quantia, mas não podemos divulgar mais detalhes para não atrapalhar as investigações”.

O delegado disse também que foi descartada a possibilidade do jornalista ter lutado com o assassino antes da morte. “Ele estava caído ao lado da cadeira e foi ferido pelas costas. O fato do local estar revirado indica que o autor do crime vasculhou todo o ambiente a procura de alguma coisa, que pode ser dinheiro, ou outros objetos de valor. Além disso, acreditamos que na hora do crime ele estava descalço, pois foram identificadas diversas pegadas, marcadas com o sangue da vítima por todo o escritório”, explicou.

O crime

De acordo com o perito Edmar Cunico do Instituto de Criminalística o crime aconteceu cerca de 12 horas antes do corpo ser encontrado, por volta de 19h de segunda-feira. Exatamente o horário em que ele foi visto chegando em casa acompanhado.

A governanta, Jacinta Brek, que trabalhava com ele há mais de sete anos, chegou pela manhã, e notou que o portão estava aberto e a porta de entrada apenas encostada. Outro fato estranho, segundo ela, é que o computador estava na sala. Porém, ela supôs que Wilson iria levá-lo para o conserto e continuou seus afazeres.

“Ela também não desconfiou porque o carro dele também estava na garagem e as chaves estavam no esconderijo onde guardava”, contou o delgado. Como Wilson costumava acordar tarde, Jacinta não tinha acesso ao segundo andar, a não ser quando ele dava um sinal, informando que ela poderia subir.

Por volta de 17h, ela terminou o serviço, mas como o patrão ainda não havia dado sinal de vida, ligou para o irmão adotivo. Quando ele chegou em casa, encontrou o irmão morto.