Assaltante procurado teve o fim que merecia

O assaltante Ênio Antônio de Melo Elesbão, o ?Tio?, 40 anos, acusado de cometer os mais pavorosos roubos no Paraná e estados vizinhos, suicidou-se após ser baleado durante confronto com policiais brasileiros e argentinos, às 7h de ontem, na cidade de Bernardo de Irigoygen, na Argentina.

Como não podia colocar seus pés no Paraná, onde era procurado, Ênio se refugiou em Santa Catarina, onde praticou mais assaltos nos últimos anos. Durante o cerco policial, na manhã de ontem, na divisa com a Argentina, Elesbão cometeu sua última crueldade contra a própria família, fazendo de uma das suas parentes seu próprio escudo. Por sorte, a mulher não foi atingida pelos tiros.

As polícias catarinense e paranaense sabiam que Elesbão se escondia na casa de parentes, em Dionísio Cerqueira (SC) e Bernardo de Irigoygen (Argentina), cidades distantes 1.500 metros uma da outra. Na noite de ontem, conseguiram a localização exata do bandido e, com a ajuda de policiais argentinos, montaram campana, por três dias. Esperava-se que o bandido atravessasse ao lado brasileiro, mas como não o fez, a polícia decidiu ir atrás dele.

Ao ver o cerco policial ao redor da casa, o assaltante, portanto uma pistola 9 milímetros, reagiu a tiros, protegendo-se atrás da familiar. O bandido foi atingido por um tiro e baleou um policial argentino que tentou agarrá-lo. Elesbão tentou se esconder em outra casa, onde se suicidou com um tiro na cabeça. A hipótese de que ele tenha sido morto pelos policiais é negada pela Polícia Civil catarinense.

Na casa onde ele estava abrigado foi apreendido o Golf placa MPF-2732, roubado mês passado na cidade de Pranchita (PR). Além de ter mandados de prisão pelos estados de Santa catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, Elesbão era foragido, desde março do ano passado, da Penitenciária de Florianópolis, de onde escapou com mais três comparsas.

Casas, empresas e bancos

De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, o assaltante tinha um enorme histórico de crimes em todo o Paraná, principalmente em Curitiba. Ele roubou bancos, empresas, residências e carros. Sua quadrilha era composta por seus irmãos e alguns comparsas. Um deles, Edilberto Elesbão, foi morto há cerca de três meses, no Cajuru. O corpo dele e de outro bandido estavam dentro de um Fiat Uno e, segundo Recalcatti, foi um desacerto entre os próprios ladrões.

No estado vizinho, Elesbão faria parte da quadrilha do perigoso assaltante Décio Ribeiro dos Santos, o ?Teno?, atualmente preso. O bando praticou, em 2006 – quando Elesbão fugiu do Paraná -, violentos roubos a residências nas cidades catarinenses de Barra Velha, Penha, Balneário Camboriú, Porto Belo, Tijucas, Brusque, Gaspar. Amarravam as vítimas com tiras de lençol e permaneciam horas na casa, levando tudo o que queriam nos veículos das vítimas.

Em março de 2007, Elesbão fugiu da cadeia e voltou a praticar roubos, assaltando, inclusive, a residência de um conhecido empresário. Seu último roubo ocorreu em 31 de junho, quando ele e mais cinco homens invadiram uma residência, em Governador Celso Ramos (SC).

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