Apresentados matadores de policial

A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos apresentou, ontem, dois dos acusados de envolvimento no latrocínio que vitimou o investigador da Polícia Civil Bernardo Braga Lacerda, 43 anos, morto durante uma tentativa de assalto no centro da cidade. Roberto Carlos Campos, conhecido como “Amaral”, 19 anos, confessou que tentou roubar a viatura descaracterizada. Wellington Luiz de Assis Flores, 18 anos, acusado de dar cobertura no roubo, negou qualquer envolvimento. Ailton Pereira de Araújo, 18 anos, acusado de alugar o revólver calibre 32, que foi utilizado no crime, foi liberado pela Justiça à 1h30 de ontem.

O delegado Hamilton Cordeiro da Paz, titular da DFRV, informou que as investigações continuam no sentido de capturar Marciliano da Silva Maira, 29 anos, e um suspeito chamado Carlos Eduardo, conhecido pelo apelido de “Leléu”, que estão foragidos. Marciliano seria a pessoa que negociaria o carro tomado em assalto. “Desde o início suspeitávamos que os autores do crime não eram especializados em roubos de veículos nem pertenciam a uma grande quadrilha. Pelo local do crime a suspeita era de que pessoas inexperientes teriam praticado o crime e estávamos certos”, salientou o delegado.

Interrogatório

Em seu interrogatório, “Amaral” confessou ser o autor dos disparos contra o policial, que atingiram a perna e a cabeça, mas durante a apresentação ele imputou a autoria dos tiros ao menor. “Nem sei porque falei aquilo, mas quem atirou foi o garoto”, salientou. O adolescente falou em seu interrogatório que o autor dos tiros foi “Amaral”. “Nós não temos dúvida da autoria. Tanto o “Amaral” quanto o menor foram reconhecidos por testemunhas”, salientou.

“Amaral” disse que antes de assaltarem o investigador, ele e o garoto roubaram o Golf placa ASI-1114, na Rua Brigadeiro Franco, mas acabaram colidindo o veículo contra uma floreira. “Eu não sei dirigir. Também não sabia que era um policial que estava ali”, salientou. O rapaz se negou a dizer quem bateu o carro. “Acho que já falei tudo o que tinha para dizer”, resumiu.

Hamilton informou que durante os interrogatórios, os dois acusados confessaram que pretendiam abrir uma casa de prostituição, em Caiobá, e pretendiam conseguir dinheiro com a venda do carro. Na tarde do dia 17 de junho, eles saíram do Jardim Holandês (Piraquara), procuraram o cavalariço Ailton Pereira, que trabalha no Jockei Club e alugaram o revólver calibre 32. Mais tarde tomaram o Golf em assalto. Como não deu certo, tentaram novamente. Eles viram o policial falando no telefone celular e fizeram a abordagem. O investigador teria reagido ao roubo e foi morto com dois tiros, às 18h20 daquela quinta-feira.

Desmentido

O delegado-geral Jorge Azôr Pinto desmentiu que o investigador Bernardo Lacerda estivesse fazendo investigações sozinho, como foi divulgado, contrariando informações dadas pelos próprios colegas do morto. “Ele tinha levado um colega para casa e estava voltando, quando tocou o celular”, justificou Azôr. Apesar da explicação do delegado-geral, um único policial sair investigar ou ficar cuidando de presos já é coisa comum em grande parte das delegacias do Paraná.

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